Resumo
Considerando as relações históricas entre os países ibéricos e países latino-americanos, são analisados contrastes, tendências e assimetrias em diferentes escalas, buscando estimular o diálogo Norte-Sul. O artigo discute inicialmente poderes assimétricos, tensões e negociações dinâmicas em escala global, em especial no contexto da União Europeia. À luz das transformações recentes do capitalismo, é abordado o fenómeno da informalidade e da precarização laboral. Recorrendo a um registo mais prospetivo, são diagnosticados alguns dos desafios recentes trazidos pela inovação tecnológica e pela digitalização. Em seguida, a análise destaca conhecimentos produzidos em diversos centros de investigação sobre a reprodução do trabalho informal em meio à difusão de novas tecnologias. Para tanto, são priorizados estudos empíricos sobre o mercado de trabalho em três países da América Latina (Brasil, Argentina e Chile). Se o objetivo é fomentar o trabalho decente nos países latino-americanos, é preciso enfrentar as causas da informalidade e reduzir a vulnerabilidade das classes trabalhadoras, problemas estruturais que perduram na era digital. Nesse sentido, é essencial o esforço de compreender as mudanças que ocorrem no campo das relações de trabalho, num momento em que os governos nacionais se encontram numa encruzilhada diante dos impactos brutais da pandemia de Covid-19 e das incertezas a respeito da trajetória de suas economias nos próximos anos.
Referências
Amarante, V., & Arim, R. (Eds.) (2015). Desigualdad e informalidad: un análisis de cinco experiencias latinoamericanas. [Libros de la CEPAL, n. 133], Comisión Económica para América Latina y el Caribe. https://repositorio.cepal.org/handle/11362/37856
Antunes, R. (2018). O privilégio da servidão: O novo proletariado de serviços na era digital. Boitempo.
Blanco, O., & Julián, D. (2019). A typology of precarious employment for Chile: Precariousness as a cross-class phenomenon. CEPAL Review, (129), 91–128. https://repositorio.cepal.org/handle/11362/45411?locale-attribute=en
Braga, R. (2019). Return to class struggle without class? Moral economy and popular resistance in Brasil, South Africa and Portugal. Sociology and Anthropology, 09(02), 469–493. https://doi.org/10.1590/2238-38752019v926
Brito, M. M. A. de. (2014). A dependência na origem: Desigualdades no sistema educacional brasileiro e a estruturação social das oportunidades. (Tese, Doutorado em Sociologia) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8132/tde-02102014-182644/
Busso, M. (2010). Las crisis y el trabajo informal en la Argentina (o de cómo las crisis socio-económicas permean lugares de trabajo “atípicos”). Revista Atlántida (2), 125–138. https://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/art_revistas/pr.11291/pr.11291.pdf
Cabral, M. V. (1983). Proletariado: o nome e a coisa. A Regra do Jogo.
Cardoso, F. H. (1960). Condições sociais da industrialização: o caso de São Paulo. Revista Brasiliense, (28), 31–46.
Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL) (2012). Cambio estructural para la igualdad: Una visión integrada del desarrollo. Trigésimo cuarto período de sesiones de la CEPAL (Síntesis). https://repositorio.cepal.org/handle/11362/13534
Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), & Organización Internacional del Trabajo (OIT) (2019). El futuro del trabajo en América Latina y el Caribe: antiguas y nuevas formas de empleo y los desafíos para la regulación laboral. [Coyuntura Laboral en América Latina y el Caribe, n. 20], Santiago. https://www.cepal.org/es/publicaciones/44604-coyuntura-laboral-america-latina-caribe-futuro-trabajo-america-latina-caribe
Dörre, K. (2019). “Take back control!” Marx, Polanyi and Right-Wing populist revolt. Österreichische Zeitschrift Für Soziologie, 44(2), 225–243. https://doi.org/10.1007/s11614-019-00340-9
Estanque, E. (2015). Classe média e lutas sociais: Ensaio sobre sociedade e trabalho em Portugal e no Brasil. Editora da Unicamp.
Estanque, E., & Climent, V. (2021). Labor and informal work in North-South relations: a study on Iberian countries and Latin-America. Tempo Social, 33(2), 209–229. https://doi.org/10.11606/0103-2070.ts.2021.184177
Estanque, E., Costa, H., Fonseca, D., & Silva, M. C. (2020). Trade union powers: Implosion or reinvention? Cambridge Scholars Publishing.
Farias, S. K., & Costa, G. S. (2020). O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital [resenha do livro de R. Antunes]. Novos Cadernos NAEA, 23(2), 289–299. http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v23i2.8518
Furtado, C. (1968). Formação econômica do Brasil (8. ed.). Companhia Editora Nacional.
Guimarães, N., Marteleto, L., & Brito, M. M. A. de (2018). Transições e trajetórias juvenis no mercado brasileiro de trabalho: padrões e determinantes. (Col. Trabalho Decente e Juventude). OIT-Brasil. https://www.ilo.org/brasilia/publicacoes/WCMS_748393/lang--pt/index.htm
Huws, U., Spencer, N. H., & Coates, M. (2019). The platformization of work in Europe: Highlights from research in 13 European countries. Fountation for European Progressive Studies (FEPS), UNI Europa/ University of Hertfordshire. https://feps-europe.eu/wp-content/uploads/2019/07/The-platformisation-of-work-in-Europe.pdf
International Labor Office (ILO) (2013). Global Employment Trends 2013: Recovering from a second jobs dip. https://www.ilo.org/global/research/global-reports/global-employment-trends/2013/WCMS_202326/lang--en/index.htm
Krein, J. D., Santos, A. L. dos, & Nunes, B. T. (2011). Balanço do governo Lula: avanços e contradições. Revista ABET, 10(2), 30–55. https://periodicos.ufpb.br/index.php/abet/article/view/15599/8913
Mattos, F. A. M. de, Hallak Neto, J., & Proni, M. W. (2021). Utopias reais na América Latina e distribuição de renda no Brasil. Revista Crítica de Ciências Sociais, (124), 131–156. https://doi.org/10.4000/rccs.11605
Organisation for Economic Cooperation and Development (OECD), & World Bank (2012). Promoting inclusive growth: Challenges and policies. Edited by L. de Mello and M. A. Dutz. OECD Publishing. http://dx.doi.org/10.1787/9789264168305-en
Organización para la Cooperación y el Desarrollo Económico (OCDE) et al. (2019). Perspectivas Económicas de América Latina 2019: Desarrollo en transición. Paris: OECD Publishing. https://doi.org/10.1787/g2g9ff1a-es
Plastimo, E., Zuppolini, M., & Govi, M. (2018). América Latina: Competências para o trabalho na era das máquinas inteligentes. Accenture Research. https://www.researchgate.net/publication/341899931_America_Latina_Competencias_para_o_trabalho_na_era_das_maquinas_inteligentes
Polanyi, K. (1944). The great transformation: The political and economic origins of our time. Farrar & Rinehart.
Rodríguez, O. (1977). Estudio sobre el pensamiento de la Cepal (1948/1954). Instituto Latino-Americano de Planificación Economica y Social.
Rodríguez, O. (2009). O estruturalismo latino-americano. Civilização Brasileira.
Santos, B. de S. (2018). The end of the cognitive empire: The coming of age of epistemologies of the South. Duke University Press.
Santos, B. de S. (2020). A new vision of Europe: Learning from the Global South. In B. S. Santos, & J. M. Mendes (Orgs.), Demodiversity: Toward post-abyssal democracies (pp. 31-53). Routledge.
Santos, B. de S. (2021, Febrero 28). Desmercantilizar, descolonizar y despatriarcalizar. El País. https://alice.ces.uc.pt/teste/?lang=1&id=34008
Schumpeter, J. (2012[1911]). Teoria do desenvolvimento económico. F. C. Gulbenkian.
Singer, A. (2009). Raízes sociais e ideológicas do lulismo. Novos Estudos CEBRAP, (85), 83–102. https://doi.org/10.1590/S0101-33002009000300004
Stalker, P. (1986, December). Street wise. New Internationalist.
Standing, G. (2011). The precariat: the new dangerous class. Bloomsbury.
Tavares, M. C. (2019). Transformações no modelo de desenvolvimento na América Latina. In H. P. de Melo (Ed.), Maria da Conceição Tavares: vida, ideias, teorias e políticas. Fundação Perseu Abramo.
Thompson, E. P. (1978). Tradición, revuelta y consciência de classe. Editorial Critica.
Véras de Oliveira, R. (2019). Crisis and social regression in Brazil. A new moment of the social question. Springer.
Wallerstein, I. (1974). The modern world-system (vol. I: Capitalist agriculture and the origins of the European world-economy in the sixteenth century). Academic Press.
Wallerstein, I. (1980). The modern world-system (vol. II: Mercantilism and the consolidation of the European world-economy, 1600–1750). Academic Press.
World Economic Forum (WEF) (2016). The future of jobs: Employment, skills and workforce strategy for the Fourth Industrial Revolution. https://www3.weforum.org/docs/WEF_Future_of_Jobs.pdf
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-sa/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Copyright (c) 2023 Elísio Estanque, Víctor Climent