Resumo
Esse artigo visa apresentar um estudo sobre o cavaquinista e compositor pernambucano Antônio da Silva Torres (1929-2005), que marcou presença regular na Rádio Clube de Pernambuco entre 1957 e 1964 em Recife. Graças à gravação do disco “Choro Frevado” pela Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) em 1985, o cavaquinista ganhou visibilidade exterior e consolidou um lugar na memória para o choro no Brasil. Desta forma, proponho uma reflexão sobre o modo como a memória local de um músico pode ser construída a partir de um disco que assume o papel de único testemunho material de sua obra. Recorro à etnografia histórica como método privilegiado uma vez que posso aceder a depoimentos na primeira pessoa, contando com a colaboração de vários músicos e outros protagonistas que conviveram com o cavaquinista. Teoricamente inspiro-me no trabalho de Pierre Nora (1984) e no seu conceito de “Lieux de Memoire” que, neste caso, será aplicado ao disco e ao saber de experiência revelado e guardado pelos músicos que conviveram com Antônio da Silva Torres.
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