Resumo
Em dezembro de 1924, aparecia La Revolution Surréaliste, a primeira revista do movimento Surrealista. Organizada por André Breton (1896 - 1966), tinha como objetivo lutar contra a alienação da sociedade, estabelecendo uma “nova declaração dos direitos do homem” e contrariando os valores decaídos ou ultrapassados - estes baseados nos faróis do movimento: “a poesia, o amor e a liberdade”. Por outro lado, também em 1924, o grupo modernista de São Paulo, destacando-se Oswald de Andrade (1890 - 1954) - um dos principais líderes do Modernismo brasileiro - lançou um manifesto e um livro de poemas, ambos denominados Pau-Brasil. Segundo Valentim Facioli - na obra organizada por Robert Ponge, Surrealismo e o Novo Mundo (1999) - a obra era um conjunto de poemas de linhagem primitivista, satíricos e humorísticos, tendo como intenção demolir com a herança ainda dominante do nacionalismo conservador e ufanista. Essa nova corrente é contraposta, no ano seguinte, por um movimento nacionalista e conservador liderado por ex-companheiros de Oswald de Andrade. O grupo denominava-se Verde-Amarelismo e era contrário ao Pau-Brasil, tendo como finalidade combatê-lo, pois viu nele aproximações não só com o Dadaísmo e o Surrealismo, mas também, segundo Robert Ponge, porque seria o produto de ideologias exóticas e forasteiras (PONGE, 1999).
Referências
AMARAL, Aracy A. Tarsila: sua obra e seu tempo. São Paulo: Perspectiva, Ed. Da Universidade de São Paulo, 1975. ART AND ARTISTS. Disponível em: http://www.tate.org.uk/art. Acesso em 15 de jul. 2015.
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VIRAVA, Thiago Gil de Oliveira. Uma brecha para o surrealismo: percepções do movimento surrealista no Brasil entre as décadas de 1920 e 1940. 2012. 257 p. Dissertação (mestrado em Artes Visuais) – Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo.
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