Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar a prática educativa com as crianças na Ciranda Infantil do pré-assentamento Elizabeth Teixeira do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) a partir da Sociologia da Infância e da Educação Popular. As crianças são o ponto de partida da prática educativa, e da análise realizada, uma vez que são reconhecidas como sujeitos da história, atores no mundo e protagonistas da luta pela terra. A análise partiu da minha participação como educador-pesquisador na Ciranda Infantil do pré-assentamento e dos relatos de atividades do coletivo de extensão Universidade Popular, utilizados como fonte da pesquisa. Os relatos apresentam o protagonismo das crianças como sujeitos no mundo e produtoras de culturas infantis (FERNANDES, 2004; CORSARO, 2011). Como espaço de educação das crianças Sem Terrinhas, a Ciranda Infantil insere-se na trajetória da Educação Popular, coloca o movimento social como espaço e princípio educativo de formação dos sujeitos, garante espaço de encontro do coletivo infantil e reconhece as crianças enquanto pequenos sujeitos da luta pela terra, elementos que contribuem para caracterizá-la como uma experiência de Educação Infantil Popular.
Referências
ACAMPAMENTO ELIZABETH TEIXEIRA. Manifestação de apoio ao Assentamento Milton Santos, Sem Terrinhas do Elizabeth Teixeira. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ciAZzr0DQvk&feature=youtu.be. Acesso em: 05. 02. 2015.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação popular na escola cidadã. Editora Vozes, 2002.
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CAMINI, Isabela. A infância no MST – Desafio atual. In: Anais do I Seminário Regional de Educação do Campo, Eixo 11, Santa Maria-RS, Outubro, 2013. Disponível em: http://coral.ufsm.br/sifedocregional/images/Anais/Eixo%2011/Isabela%20Camini.pdf. Acesso em: 30. 07. 2015.
CORSARO, Willian A. Sociologia da Infância. Porto Alegre: Artmed, 2011.
FÁVERO, Osmar. Cultura popular e educação popular : memória dos anos 60. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1983.
FERNANDES, Florestan. Folclore e Mudança Social na cidade de São Paulo.São Paulo: Martins Fontes, 2004.
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