Resumo
A pergunta que se delineia neste artigo é como, no Brasil, a autonomia política das prostitutas aparece restringida a questões vinculadas à epidemia da AIDS. A idéia da prostituta como sujeito político de direitos deve ser pensada levando em conta que não há uma concepção única sobre a prostituição feminina. Posições diferenciadas são assumidas pelo mesmo ator que pode defender a autonomia das prostitutas em um determinado momento e em outro, ignorá-las. Este artigo é resultado da pesquisa de campo realizada para a elaboração da minha dissertação para o mestrado em Sociologia, que está centrada na organização não-governamental de prostitutas Davida. Neste texto a considero como um dos atores sociais que participam em uma ação coletiva voltada para viabilizar a atuação, com autonomia, das prostitutas na esfera política.
Referências
AGUSTÍN, Laura M. La industria del sexo, los migrantes y la familia europea. In: Cadernos Pagú. Campinas, n. 25, p. 153-184, 2005.
BARRY, Kathleen. Prostitution of sexuality: a cause for new international human rights. In:Journal of Loss and Trauma, 2:1, p. 27-48, 1997.
BRAH, Avtar. Diferença, diversidade, diferenciação. In: Cadernos Pagu. Campinas, n. 26, p. 329-376, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Coordenação Nacional de DST e AIDS. Profissionais do sexo: documento referencial para ações de prevenção das DST e da AIDS. Brasília: Ministério da Saúde, Série Manuais, n. 47, 2002.
CHAPKIS, Wendy. Live sex acts: women performing erotic labour. Routledge: New York,1997.
DOEZEMA, J. Loose women or Lost women? The re-emergence of myth of “white slavery” in contemporany discourses of “trafficking in women”. In: Gender Issues, vol.18, n.1, p. 23-50, 2000.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: A vontade de saber. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1988.
KEMPADOO, Kamala e Doezema, Jo. Global sex worker: rights, resistance, and redefinition. Introduction. Routledge: New York, 1998.
LOPES, Ana. Trabalhadores do sexo, uni-vos! Organização laboral na indústria do sexo. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2006.
MEDEIROS, Regina de Paula. Fantasía y realidad en la prostitución: SIDA, prácticas sexuales y uso de preservativos. Barcelona: Virus editorial, 2000.
PEREIRA, Cristina Schettini. “Que tenhas teu corpo”: uma história social da prostituição no Rio de Janeiro das primeiras décadas republicanas (1889- 1930). Campinas, 2002. Tese. (Doutorado em História) Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UNICAMP. PERNIA, Nury. Feminismo y su relación con la prostitución. In: Revista Aportes Andinos, n. 11, 2004. Disponível em: http://www.uasb.edu.ec/padh. Acesso em: 02 nov. 2006.
PISCITELLI, Adriana. Entre as “máfias” e a “ajuda”: a construção de conhecimento sobre tráfico de pessoas. In: Cadernos Pagu. Campinas, n. 31, julho-dezembro de 2008.

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Copyright (c) 2012 Andreia Skackauskas Vaz de Mello