Resumo
Este artigo tem como objetivo analisar os álbuns Orquestra popular de câmara (1998) e Danças, jogos e canções (2003), do grupo Orquestra Popular de Câmara, à luz da ligação com a gravadora Núcleo Contemporâneo - cujos fundadores eram os próprios membros do grupo. Sendo assim, a hipótese deste trabalho sugere que a Núcleo Contemporâneo se firmou, em termos administrativos, com estratégias autônomas de produção; já esteticamente, sofreu influência do fenômeno da World Music, demonstrando interesse pelo “Outro” por meio da conciliação entre diferentes culturas. Optou-se pelos métodos qualitativos de pesquisa, considerando a literatura acadêmica sobre temas correlatos, a crítica jornalística sobre os objetos e dados coletados em entrevistas com alguns músicos. Como resultado, procurou-se demonstrar como os fonogramas mencionados inauguraram uma linha estética e um modo de produção autônomo no contexto da indústria fonográfica na segunda metade dos anos 1990 e no começo da década de 2000, mas que ainda guiam a gravadora até a atualidade.
Referências
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Entrevistas realizadas por e-mail
CARDOSO, T. Re: perguntas – parte 1 [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <[e-mail privado]> em 18 jun 2020.
TAUBKIN, B. Re: perguntas - orquestra popular de câmara [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por <[e-mail privado]> em 15 jun 2020.
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