Resumo
É particularmente notável a participação, no período da redemocratização brasileira, dos músicos associados à formação cultural denominada Clube da Esquina, encabeçados pela figura emblemática de Milton Nascimento. Aliando a investigação histórica aos estudos de música popular, abordamos suas escolhas e invenções estéticas e políticas, compreendendo a participação em concertos integrados a campanhas fulcrais (Anistia, Diretas Já), seu envolvimento junto a movimentos sociais e a criação cancional, evidenciando em sua obra o balanço histórico do que se passara e a reivindicação por viver um tempo de novas perspectivas e sonhos possibilitados pelo restabelecimento da democracia.
Referências
BORGES, Márcio. Os sonhos não envelhecem: Histórias do Clube da Esquina. São Paulo: Geração Editorial, 2010.
CASTRO, Guilherme A. S. A performance do som: produção e prática musical a partir do conceito de sonoridade. Belo Horizonte: Quixote+Do Editores associados, 2017.
CASTRO, Pablo. As 30 mais geniais do Clube da Esquina. Massa Crítica Música Popular, 2012. Disponível em: http://massacriticampb.blogspot.com.br/2012/12/as30-mais-geniais-do-clube-da-esquina_6.html. Acesso em: 05 mar. 2016.
CASTRO, Pablo. Alquimista da harmonia. In: Songbook Lô Borges. Belo Horizonte: Neutra, 2013.
CASTRO, Pablo. Beto Guedes, aviador de melodias. In: Songbook Beto Guedes. Belo Horizonte: Neutra, 2013b.
DIAS, Rodrigo Francisco. Tancredo Neves e a redemocratização do Brasil. Temporalidades, Belo Horizonte: Departamento de História, FAFICH/UFMG, n. 3, v. 7, p.249-274, 2016.
GASPARI, Elio. Alice e o camaleão. In: GASPARI, Elio; HOLLANDA, Heloísa Buarque de; VENTURA, Zuenir. Cultura em trânsito: da repressão à abertura. Rio de Janeiro: Aeroplano, p. 12-37, 2000.
GARCIA, Luiz H. A. Coisas que ficaram muito tempo por dizer: o Clube da Esquina como formação cultural. Dissertação (Mestrado em História) – FAFICH/UFMG, Belo Horizonte, 2000.
MORELLI, Rita C. L. Indústria Fonográfica: Um Estudo Antropológico. Campinas, Ed. UNICAMP, 1991.
MORELLI, Rita C.L. O campo da MPB e o mercado moderno de música no Brasil: do nacional-popular à segmentação contemporânea. ArtCultura, Uberlândia, v. 10, n. 16, p. 87-101, jan.-jun. 2008.
NAPOLITANO, Marcos. MPB: a trilha sonora da abertura política (1975/1982). Estudos Avançados 24 (69), p.389-402, 2010.
ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1991.
PALHA, Cássia Rita Louro. Televisão e política: o mito Tancredo Neves entre a morte, o legado e a redenção. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 31, n. 62, p. 217-234, 2011.
RIDENTI, Marcelo. Em busca do povo brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da TV. Rio de Janeiro /São Paulo: Record, 2000.
SILVA, Francisco Carlos Teixeira da. Crise da ditadura militar e o processo de abertura política no Brasil, 1974-1985. In: FERREIRA; DELGADO. O Brasil Republicano – O tempo da ditadura, v. 4., p. 245-254, 2000.
SONGBOOK Milton Nascimento. Belo Horizonte: Neutra, 2015.
STREET, John, Hague, Seth e Savigny, Heather. Playing to the Crowd: The Role of Music and Musicians in Political Participation. BJPIR, Political Studies Association, p.1-17, 2007.
WILLIAMS, Raymond. Marxismo e literatura. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1979.
WILLIAMS, Raymond. Cultura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
A publicação Música Popular em Revista em sua obra adota e está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.