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O congado não é escola de samba
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Palavras-chave

Congo
Manifestações afro-católicas
Lúdico

Como Citar

REILY, Suzel Ana. O congado não é escola de samba: a performance e o lúdico no afro-catolicismo mineiro. Música Popular em Revista, Campinas, SP, v. 4, n. 2, p. 135–152, 2017. DOI: 10.20396/muspop.v4i2.13092. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/muspop/article/view/13092. Acesso em: 27 abr. 2024.

Resumo

O presente trabalho analisa a manifestação afro-católica do congado praticado na região Sul do estado de Minas Gerais, particularmente na cidade de Campanha. Busca-se discutir de que maneira a prática do congo se constitui tanto como uma fonte de diversão quanto como uma forma de devoção. A pesquisa revela que essa manifestação celebra um evento passado da abolição da escravidão ao mesmo tempo em que proclama a necessidade de continuar a luta pela liberdade negra no Brasil contemporâneo. Nesse sentido, a “ludicidade” de seu catolicismo se configura como uma cobertura que reduz a vigilância do congo. Com isso, a “mera brincadeira” pode se constituir como uma poderosa forma de mobilização dos congadeiros na luta por fazer valer as suas aspirações comuns.

https://doi.org/10.20396/muspop.v4i2.13092
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