Banner Portal
Acordes e desacordos
PDF

Palavras-chave

Tonalidade expandida
Tonalidade associativa
Teoria e crítica da música popular

Como Citar

FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro de. Acordes e desacordos: ideário schoenberguiano, harmonias wagnerianas e valoração em música popular. Música Popular em Revista, Campinas, SP, v. 1, n. 2, p. 7–41, 2013. DOI: 10.20396/muspop.v1i2.12882. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/muspop/article/view/12882. Acesso em: 29 mar. 2024.

Resumo

Diálogos com o referencial schoenberguiano são relevantes para a análise e crítica da música popular atual? Soluções wagnerianas ainda ressoam nas sucessões harmônicas que podemos ouvir em obras deste repertório? Tais questões estão articuladas a juízos de valor que formal ou informalmente sancionamos em música popular? Neste texto são apresentadas ponderações que, em princípio, dão respostas afirmativas para estas três perguntas. Observando acordos e desacordos nas teses destes dois vultosos personagens do germanocentrismo  musical, primeiramente são considerados alguns argumentos schoenberguianos a respeito do artisticamente progressivo e daquilo que pode ser apontado como procedimento musical regressivo. Em seguida, são comentadas algumas escolhas composicionais defendidas por Wagner, tais como o verso aliterativo e a harmonização dramaticamente motivada. Por fim, exercitando pontos de contato entre a cultura da tonalidade expandida do século XIX e planos tonais que gozam de considerável prestígio em determinado repertório popular de meados do século XX, sugere-se que repensar tais questões é algo que pode contribuir para a reapreciação de valores que, tacitamente, aprendemos a defender.

https://doi.org/10.20396/muspop.v1i2.12882
PDF

Referências

ADORNO, Theodor W. Disonancias: introducción a la sociología de la música. Madrid: Akal, 2009.

ADORNO, Theodor W. Introdução à sociologia da música. São Paulo: Ed. UNESP, 2011.

ADORNO, Theodor. Alban Berg. Madrid: Alianza Editorial, 1990.

ALMEIDA, Jorge de. Crítica dialética em Theodor Adorno: música e verdade nos anos vinte. São Paulo: Ateliê Ed., 2007. BAILEY, Robert (Org.). Richard Wagner: Prelude and Transfiguration from Tristan and Isolde. New York: Norton & Comp, 1985.

BAILEY, Robert (Org.). Richard Wagner: Prelude and Transfiguration from Tristan and Isolde. New York: Norton & Comp, 1985.

BAILEY, Robert. The genesis of Tristan und Isolde and a study of Wagner’s sketches and drafts for the first act. PhD, Princeton University, 1969.

BAKER, James M. Chromaticism in classical music. In: HATCH, Christopher; BERNSTEIN, David W. (Ed.). Music Theory and the exploration of the past. Chicago: Chicago University Press, 1993. p. 233-307.

BAUDELAIRE, Charles. Richard Wagner e “Tannhäuser” em Paris. São Paulo: Imaginário. 1990.

BAUER, Hans-Joachim. Guía de Richard Wagner. Madrid: Alianza, 1996.

BERNSTEIN, David W. Nineteenth-century harmonic theory: the Austro-German

legacy. In: CHRISTENSEN, Thomas (Ed.). The Cambridge history of western music

theory. Cambridge: Cambridge University Press, 2006. p. 778-811.

BERNSTEIN, David W. Schoenberg contra Riemann: Stufen, regions, verwandtschaft,

and the theory of tonal function. Theoria: Historical Aspects of Music Theory, v. 6, p. 23-

, 1992.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2004.

BRIBITZER-STULL, Matthew, LUBET Alex, e WAGNER Gottfried. Richard Wagner for the new millennium: essays in music and culture. New York: Palgrave Macmillan, 2007.

BRIBITZER-STULL, Matthew. The end of Die Feen and Wagner’s beginnings: An early example of double-tonic complex and associative theme. Music Analysis, n. 25, v. 3, p. 315-340, 2006.

BUCHLER, Michael. Modulation as a Dramatic Agent in Frank Loesser’s Broadway Songs. Music Theory Spectrum, v. 30, n. 1, p.35-60, 2008.

BULLER, Jeffrey L. The thematic role of Stabreim in Richard Wagner’s Der Ring des Nibelungen. Opera Quarterly, n. 11, v. 4, p.59-93, 1995.

CARPENTER, Patricia e NEFF, Severine. Commentary. In: SCHOENBERG, Arnold. The musical idea and the logic, technique and art of its presentation. Bloomington: Indiana University Press, 2006, p. 1-86.

CASABLANCAS, Benet. El humor en la música. Kassel: Reichenberger, 2000.

CHAFE, Eric T. Analyzing Bach cantatas. New York: Oxford University Press, 2000.

COELHO, Lauro Machado. A ópera alemã. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2000.

DAHLHAUS, Carl. El juicio de valor como objeto e como premissa. In: DAHLHAUS, Carl. Fundamentos de la historia de la música. Barcelona: Gedisa. 2003. p.133-157.

DAHLHAUS, Carl. La idea de la música absoluta. Barcelona: Idea Books, 1999.

DAHLHAUS, Carl. Schoenberg and Schenker. Proceedings of the Royal Musical Association, v. 100, p. 209-215, 1974.

DAHLHAUS, Carl. Studies in the origin of harmonic tonality. Oxford: Princeton University Press, 1990.

DAHLHAUS, Carl. Analysis and value judgment. New York: Pendragon Press, 1983.

DEATHRIDGE, John e DAHLHAUS, Carl. Wagner. Porto Alegre: L & Pm, 1988.

DUDEQUE, Norton E. Harmonia tonal e o conceito de monotonalidade nos escritos de Arnold Schoenberg (1874 - 1951). São Paulo: Escola de Comunicações e Artes da USP, 1997. (Dissertação de Mestrado).

DUDEQUE, Norton E. Music theory and analysis in the writings of Arnold Schoenberg. Aldershot: Ashgate, 2005.

DUDEQUE, Norton E. Variação progressiva como um processo gradual no primeiro movimento do Quarteto A Dissonância, K. 465, de Mozart. Per Musi, Belo Horizonte, v. 8, p. 41- 56, 2003.

DUNSBY, Jonathan e WHITTALL, Arnold. Análise musical na teoria e na prática. Curitiba: Ed. UFPR, 2011.

FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro de. Da harmonia pela harmonia: sobre formalismo e seus impactos na ideia de harmonia funcional. Revista do Conservatório de Música da UFPel, Pelotas, n.5, p. 1-35, 2012b.

FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro de. Da música como criatura viva: repercussões do organicismo na teoria contemporânea. Revista Científica / FAP, Curitiba, v. 9, p.64- 82, jan./jun. 2012a.

FREITAS, Sérgio Paulo Ribeiro de. Que acorde ponho aqui? Harmonia, práticas teóricas e o estudo de planos tonais em música popular. Campinas: Instituto de Artes, Unicamp (Tese de Doutorado). 2010.

GIDDENS, Anthony. Estruturalismo, pós-estruturalismo e a produção da cultura. In: GIDDENS, Anthony e TURNER, Jonathan (Org.). Teoria social hoje. São Paulo: Editora UNESP, 1999. p. 281-319.

GREY, Thomas S. Um glossário wagneriano. In: MILLINGTON, Barry (Org.). Wagner um compêndio. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1995. p. 254-270. GREY, Thomas S. Wagner's musical prose: texts and contexts. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.

GRIMES, Nicole. The Schoenberg/Brahms critical tradition reconsidered. Music Analysis, n.31, v.2, p. 127-175, 2012.

GROUT, Donald Jay e WILLIAMS, Hermine Weigel. A short history of opera. New York: Columbia University Press, 2003.

GUARDIA, Ernesto de La. Lohengrin de Ricardo Wagner. Buenos Aires: Ricordi Americana, 1951. GUR-ZE’EV, Ilan. A bildung e a teoria crítica na era da educação pós-moderna. Linhas Críticas, Revista da Faculdade de Educação da UnB, v. 12, p. 5-22, 2006.

HARRISON, Daniel. Harmonic function in chromatic music: a renewed dualist theory and an account of its precedents. Chicago, University of Chicago Press, 1994.

HUISMAN, Denis. Dicionário de obras filosóficas. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

JEONGWON, Joe e GILMAN, Sander L. Wagner and cinema. Indiana University Press, 2010.

KARG-ELERT, Sigfrid. Precepts on the polarity of sound and tonality. The logic of harmony. Victoria: Harold Fabrikant, 2007.

KOPP, David. Chromatic transformations in nineteenth-century music. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.

KOSTKA, Stefan. Materials and techniques of twentieth-century music. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 2006.

LA FONTAINE, Michael de. Experiência artística em Arnold Schoenberg: sobre a dialética do material musical. São Paulo: Novos Estudos CEBRAP, n. 1, p. 128-144, 1990.

LA MOTTE, Diether de. Armonía. Barcelona: Editorial Labor, 1993. LEIBOWITZ, René. Schoenberg. São Paulo: Perspectiva, 1981.

LERDAHL, Fred. Tonal pitch space. New York: Oxford University Press, 2001.

LIPPMAN, Edward A. A history of western musical aesthetics. Nebraska: University of Nebraska Press, 1992.

McGEARY, Thomas Nelson. Schoenberg's Brahms Lecture of 1933. Journal of the Arnold Schoenberg Institute, v. 15, n. 2, p. 5-99, 1992.

MEYER, Leonard B. El estilo en la música. Teoria musical, história e ideologia. Madrid: Ed. Pirámide, 2000.

MILLINGTON, Barry (Org.). Wagner um compêndio. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1999.

MORITZ, Karl Philipp. Viagem de um alemão à Itália. São Paulo: Imprensa oficial, 2007.

NATTIEZ, Jean-Jacques. Harmonia. In: ENCICLOPÉDIA Einaudi v. 3. Porto: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, p. 245-271, 1984.

NEFF, Severine. Schoenberg and Goethe: organicism and analysis. In: HATCH, Christopher; BERNSTEIN, David W. (Ed.). Music theory and the exploration of the past. Chicago: Chicago University Press, 1993. p. 409-433.

NETTLES, Barrie e GRAF, Richard. The chord scale theory & jazz harmony. Advance Music, 1997. OLIVEIRA, Luis Felipe. A emergência do significado em música. Instituto de Artes, Unicamp, 2010. (Tese de Doutorado).

POUND, Ezra. ABC da literatura. São Paulo: Cultrix, 1986. PUJADAS, Magda P. Filosofía de la música del futuro. Zaragoza: Prensas Universitarias de Zaragoza, 2011.

RETI, Rudolph. The thematic process in music. Westport: Greenwood Press, 1978.

SALZER, Felix e SHACHTER, Carl. El contrapunto en la composición: el estudio de la conducción de las voces. Barcelona: Idea Books, 1999.

SAMPAIO, Adovaldo Fernandes. Letras e memória. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2009. SCHOENBERG, Arnold. El estilo y la idea. Barcelona: Idea Books, 2005.

SCHOENBERG, Arnold. Funções estruturais da harmonia. São Paulo: Via Lettera, 2004.

SCHOENBERG, Arnold. Fundamentos da composição musical. São Paulo: Edusp, 1991.

SCHOENBERG, Arnold. Harmonia. São Paulo: Ed. da Unesp, 2001. SCHOENBERG, Arnold. My evolution. Musical Quarterly, v. 38, n. 4, p. 517-527, 1952.

SCHOENBERG, Arnold. Style and Idea. Berkeley: University of California Press, 1984.

SCHOENBERG, Arnold. The musical idea and the logic, technique and art of its presentation. Bloomington: Indiana University Press, 2006.

SCHOENBERG, Arnold. Coherence, Counterpoint, Instrumentation, Instruction in Form (ZKIF = Zusammenhang, Kontrapunkt, Instrumentation, Formenlehre). Lincoln: University of Nebraska Press, 1994.

SCHWANITZ, Dietrich. Cultura geral. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

SCRUTON, Roger. Coração devotado à morte: o sexo e o sagrado em Tristão e Isolda, de Wagner. São Paulo: É Realizações Ed., 2010.

SCRUTON, Roger. The aesthetics of music. Oxford University Press, 1999. SHUKER, Roy. Vocabulário de música pop. São Paulo: Hedra, 1999.

SPENCER, Stewart. Wagner como libretista. In: MILLINGTON, Barry (Org.). Wagner um compêndio. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1995. p. 296-302.

VIGNAL, Marc. A formação de um novo público e suas consequências musicais. In: MASSIN, Jean & Brigitte. História da música ocidental. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 1997. p. 513-524.

WAGNER, Richard. A obra de arte do futuro. Lisboa: Antígona, 2003. WAGNER, Richard. Ópera y drama . Madrid: Akal, 2013.

WAGNER, Richard. Religion and art. Lincoln: University of Nebraska Press, 1994.

WAIZBORT, Leopoldo. Auklarüng musical: considerações sobre a sociologia da arte de Th. W. Adorno na Philosophie der neuen Musik. Universidade de São Paulo, São Paulo, 1991. (Dissertação de Mestrado).

WALKER, Alan, et alli. Liszt, Franz. Grove Music Online. Oxford Music Online. Oxford University Press. Web. 11 Apr. 2013.

WEBER, William. La gran transformación en el gusto musical: la programación de conciertos de Haydn a Brahms. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2011.

WEBERN, Anton. O caminho para a música nova. São Paulo: Novas Metas, 1984.

A publicação Música Popular em Revista em sua obra adota e está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.

Downloads

Não há dados estatísticos.