Sobre a vontade formal interna da abstração
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Palavras-chave

Abstração

Como Citar

QUINTÃO, Bruna Pimentel. Sobre a vontade formal interna da abstração. Encontro de História da Arte, Campinas, SP, n. 13, p. 226–234, 2018. DOI: 10.20396/eha.13.2018.4343. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/eventos/index.php/eha/article/view/4343. Acesso em: 2 maio. 2024.

Resumo

De acordo com o teórico e historiador da arte francês Hubert Damisch (1928-2017), é necessário pensar a história da arte por meio do deslocamento de conceitos, sempre a partir de uma visão do presente dos fatos. Dessa maneira, ao invés de pensar a abstração como uma questão que teve início no século XX e que nele se esgotará, buscaremos pensa-la como uma potência que já estaria intrínseca ao que seria a essência de formas muito mais antigas – como por exemplo, em formas de certas manifestações indígenas – , e que talvez poderia ser até mesmo anterior à forma mimética representacional. Assim, por meio de um viés espiritualista da constituição da forma, a investigação tem como objetivo a possibilidade de aproximar os processos de formação de alguns elementos da abstração entre as obras que caminhavam em direção ao abstracionismo do artista russo Wassily Kandinsky (1866-1944) em seu período do Blaue Reiter (1908-1914) e manifestações artísticas indígenas resultantes de experiências ritualísticas amânicas dos grupos amazônicos Desâna – que vivem às margens do Rio Uaupés e o afluente Tiquié – , Tukano – que habitam próximo ao rio Uaupés, no noroeste da Colômbia – e Siona – que vivem ao longo dos rios Putumayo e Aguarico, no sul da Colômbia e norte do Equador.

https://doi.org/10.20396/eha.13.2018.4343
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