Oitenta anos do Seibi-Kai e a inserção da arte nipo-brasileira na historiografia da arte do Brasil
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Palavras-chave

Arte nipo-brasileira
Historiografia da arte
Seibi-Kai

Como Citar

LÚCIO, Carolina Carmini Mariano. Oitenta anos do Seibi-Kai e a inserção da arte nipo-brasileira na historiografia da arte do Brasil. Encontro de História da Arte, Campinas, SP, n. 11, p. 77–83, 2015. DOI: 10.20396/eha.11.2015.4288. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/eventos/index.php/eha/article/view/4288. Acesso em: 7 maio. 2024.

Resumo

Em1935, um grupo de artistas oriundos do Japão, formado pelos pintores Tomoo Handa, Hajime Higaki, Walter Shigeto Tanaka, Kiyoji Tomioka, Kichizaemon Takahashi, Yuji Tamaki, Yoshiya Takaoka, pelo escultor Iwakichi Yamamoto e pelo poeta Kikuo Furuno, reuniram-se com o intuito de trocar experiências e conhecimentos sobre arte. Assim nascia o São Paulo Bijitsu Kenkyu Kai-Seibi (Grupo de Estudo de Artes Plásticas em São Paulo), conhecido também como Seibi-Kai. No decorrer de sua longa trajetória unem-se ao grupo os artistas como Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Tomie Ohtake, FlávioShiró, entre outros. Com a fundação do grupo, os laços entre os artistas da colônia e os recém-chegados do Japão se fortaleceram. A produção floresceu e as participações em Salões ganharam força. Mais do que um ponto de encontro para os artistas nipo-brasileiros, durante seus anos de atuação, o Seibi-kai organizou diversas manifestações culturais e artísticas buscando difundir sua produção e estabelecer diálogos com o meio artístico brasileiro. Essas iniciativas fortaleceram a produção poética dos membros do grupo, permitindo que seus artistas participassem de diversas exposições nacionais, fazendo com que hoje suas obras façam parte de importantes acervos museológicos e coleções particulares. No entanto, passados oitenta anos da sua criação, podemos constatar que a produção do grupo é ainda pouco estudada no meio acadêmico e pouco presente na historiografia da arte brasileira. Se os percalços sofridos pelo grupo pertencem ao passado, e o reconhecimento dos artistas fora oficializado através de premiações, maiores estudos sobre sua atuação e produção, ainda é uma questão em aberto. Com as atividades finalizadas em 1972, após quase quatro décadas de atuação, o Seibi-kai foi um dos com maior tempo de atividade, sendo possível perceber em sua trajetória uma história complexa, e entremeada pela história da arte no país. Contudo, esse tempo não foi suficiente para inserir o grupo de maneira contundente na bibliografia em artes produzida no país, com exceção de alguns de seus artistas que alçaram fama internacional. Hoje a maior parte dos membros encontra-se no ostracismo, sendo lembrados apenas em exposições comemorativas sobre a imigração japonesa no Brasil. Desta forma é preciso pontuar as questões da produção do Seibi-kai em consonância com a historiografia oficialmente estabelecida, buscando recuperar sua trajetória e produção, e reconhecê-lo dentro da história da arte brasileira.

https://doi.org/10.20396/eha.11.2015.4288
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Referências

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Copyright (c) 2015 Carolina Carmini Mariano Lúcio

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