Resumo
As populações pré-industriais da Europa Ocidental apresentaram taxas de mortalidade infantil e pós-infantil extremamente altas (Vries 1991, p. 263). Famílias pobres ou ricas habitualmente perdiam seus filhos desde o nascimento ou ainda nos primeiros dias de vida, devido a malformações congênitas e partos difíceis, mas principalmente na primeira infância, vitimados por doenças, infecções e epidemias (Morel 2004, p. 16). Fomes, guerras e pestes diminuíram tanto a qualidade de vida no norte da Europa no início do período Moderno, que acabaram por reduzir a expectativa de vida no nascimento a apenas 28,4 anos (Vries 1991, p. 263). Sabemos que nos Países Baixos a mortalidade infantil no século XVII foi significantemente maior que no século anterior, particularmente entre 1600 e 1650, comprometendo a própria existência de inúmeras famílias de nobres (Nierop 1993, p. 64). Somente a partir do final do século XVII passa a ocorrer um aumento da expectativa de vida na Europa em geral, correlacionado ao aumento da produtividade agrícola, mas principalmente conexo com a diminuição da virulência de algumas doenças, o desaparecimento virtual da peste bubônica e o desenvolvimento dos primeiros tratamentos de combate a doenças infecciosas como a varíola (Cain & Patterson 2012, p. 76).
Referências
BEL, Martijn van den. The journal of Lourens Lourenszoon and his 1618-1625 stay among the Arocouros on the lower Cassiporé River, northern Amapá Sate, Brazil. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciências Humanas, Belém, v. 4, n. 2, p. 303-317, 2009.
BRÉMAUD, Iris; CABROLIER, Pierre; MINATO, Kazuya; GÉRARD, Jean; THIBAUT, Bernard. Vibrational properties of tropical woods with historical uses in musical instruments. In: GRIL, Joseph (Org.). Wood Science for the Preservation of Cultural Heritage, Nov 2008. Braga, International Conference of COST Action, 2010. p. 17-23.
CAIN, Louis P.; PATTERSON, Donald G. The Children of Eve. Population and Well-being in History. Chichester: Wiley-Blackwell, 2012.
CARVALHO, Alcimar do Lago. Butterflies at the
Mouth of Hell: traces of biology of two species of Nymphalidae (Lepidoptera) in European paintings of the fifteenth century. Filosofia e História da Biologia, São Paulo, v. 5, p. 177-193, 2010.
NILE, Tania De. Spoockerijen. Tassonomia di un genere della pittura nederlandese del XVII secolo. 2013. 331 f. Tese (Dottorato in Scienze) – Facoltà di Scienze Umanistiche, Sapienza Universitá di Roma, Roma.
GIORGI, Rosa. Angels and demons in art. Los Angeles: The Paul Getty Museum, 2005.
GRIECO, Alfredo. Livros de emblemas: pequeno roteiro de Alciati à Iconologia de Cesare Ripa. Alceu: revista de comunicação, cultura e política, Rio de Janeiro, v. 3, n. 6, p. 79-92, 2003.
HÄNSEL, Sylvaine. Wohlerzogene Kinder sind schöne Juwelen: Familie, Kinder und Erziehung auf niederländischen Familienporträts des 17. Jahrhunderts. Zeitschrift für Kunstgeschichte, Bielefeld, v. 67, n. 2, p. 225-256, 2004.
HOUSE, Michael R. Geographic Distribution of Nautilus Shells (Reprint with additions). In: SAUNDERS, W. Bruce & LANDMAN, Neil H. (Org.). Nautilus: The Biology and Paleobiology of a Living Fossil (Topics in Geobiology, vol. 6). Dordrecht, Springer, 2010. p. 53-64.
IMPELLUSO, Lucia. Nature and its symbols. Los Angeles: The Paul Getty Museum, 2004.
JONGH, Eddy de. Pearls of virtue and pearls of vice. Simiolus: Netherlands Quarterly for the History of Art, Amsterdã, v. 8, n. 2, p. 69-97, 1975.
KEHOE, Marsely L. The nautilus cup between foreign and domestic in the Dutch Golden Age. Dutch Crossing: Journal of Low Countries Studies, Londres, v. 35, n. 3, p. 275-285, 2011.
KREISLER, M[?] B.; GALLIEN, J[?]. La Métamorphose des anges: Bruxelas: Editions Du Souverain, 1988.
LAARMANN, Frauke K. Het Noord-Nederlands familieportret in de eerste helft van de zeventiende eeuw. Beeldtraditie en betekenis (Academisch proefschrift, ter verkrijging van de graad van doctor aan de Universiteit van Amsterdam). Amsterdã: Amsterdam University Press/F.K. Laarmann, 2003.
LAARMANN-WESTDIJK, Frauke K. „Engeltje van ?t hemelrijk?: overledenen op weg naar de hemel. In:
ADAMS, Ann Jensen; BUIJSEN, Edwin; DUMAS, Charles; HOYLE, Michael et al. (Org.). Face Book. Studies on Dutch and Flemish Portraiture of the 16th-18th Centuries (Liber Amicorum presented to Rudolf E.O. Ekkart on the occasion of his 65th birthday). Leiden: Primavera Pers, 2012. p. 227-234.
LINDGREN, Natalie K.; SISSON, Melissa S.; ARCHAMBEAULT, Alan D.; RAHLWES, Brent C.; WILLETT, James R.; BUCHELI, Sibyl R.. Four forensic entomology case studies: records and behavioral observations on seldom reported cadaver fauna with notes on relevant previous occurrences and ecology. Journal of Medical Entomology, Annapolis, v. 52, n. 2, p. 143-150.
LOUGHMAN, John. New Light on Some Portraits by Aelbert Cuyp. The Burlington Magazine, Londres, v. 150, n. 1266, p. 584-591, 2008.
MIDRAUD, Carlos Augusto. História e Tradição no Livro I de Tito Lívio. 2007. 129 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
MOREL, Marie-France. Images du petit enfant mort dans l'histoire. Études sur la mort: Revue de la Société de Thanatologie, Liège, n. 119, p. 17-38, 2001.
MOREL, Marie-France. La mort d'un bébé au fil de l'histoire. Spirale, Toulouse, n. 31, p. 15-34 2004.
NIEROP, Henk F. K. van. The nobility of Holland: from knights to regents, 1500-1650, trad. Maarten Ultee. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.
SCHAMA, Simon. O desconforto da riqueza: A cultural holandesa na Época de Ouro, trad. Hildegard Feist. São Paulo: Copanhia das Letras, 2009.
SEGAL, Sam. Flowers and nature. Netherlandish flower painting of four centuries. Amstelveen: Hijnk International b.v., 1990.
TAYLOR, Paul. Dutch Flower Painting, 1600-1720. New Haven/Londres: Yale University Press, 1995.
VALENTINE, Gill. Angels and devils: moral landscapes of childhood. Environment and Planning D: Society and Space. Los Angeles, v. 14, p. 581-599, 1996.
VRIES, Jan De. Art History. In: FREEDBERG, David; VRIES, Jan, De (Org.). Art in history / History in art. Studies in seventeenth-century Dutch culture (Issues & Debates). Santa Monica: Getty Center for the History of Art and the Humanities, 1991. p. 249-282.
WETSTENIUM, Henricum. Symbola et Emblemata… Amsterdã: Henricum Wetstenium publ., 1705.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2015 Alcimar do Lago Carvalho