Resumo
Para Fredric Jameson a pós-modernidade é marcada pela confluência entre as esferas da economia e da cultura. O capitalismo “tardio” já não pode ser visto apenas como um sistema econômico, já que se torna parte constitutiva da “cultura”, que por sua vez passa a operar de outra forma, gerando novas sensibilidades e sociabilidades. Também a arte, nesse cenário, passa a buscar novas formas de inserção social, já que ao artista é cada vez menos possível posicionar-se fora do sistema. Ao artista crítico resta agir de maneira tática, operar no interior do sistema instituído, dentro de sua lógica, explicitando seu funcionamento e desmascarando ocultações necessárias para sua manutenção. Nesse contexto, nosso intuito é desenvolver uma reflexão a partir da análise de alguns trabalhos desenvolvidos pela artista Andrea Zittel, abordando a noção do artista como marchand e empresário de si mesmo presente em projetos como “A to Z Administrative Services”, uma empresa a partir da qual a artista cria, produz, e divulga objetos e serviços cujo principal intuito seria infiltrar-se no universo da vida cotidiana fazendo com que o espectador se confronte criticamente com sua própria realidade existencial. A partir da análise de uma parcela da produção desta artista, buscamos maior compreensão sobre as possibilidades da arte enquanto prática crítica no interior da cultura contemporânea.
Referências
MORSIANI, P.; SMITH, T. Andrea Zittel: Critical Space. New York: New Museum of Contemporary Art, 2005.
BOLTANSKI, L. e CHIAPELLO, E. O novo espírito do capitalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
FOUCAULT, M. Nascimento da Biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
COLES, A. (ed.). Design and art. Cambridge, Mass.: MIT Press, 2007.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2012 Marilia Solfa, Fábio Lopes de Souza Santos