Resumo
Minha pesquisa de mestrado é centrada no Retrato do Cardeal Cristóforo Madruzzo, de Tiziano, pertencente ao acervo do MASP [img.1]. Eu comecei essa pesquisa na Iniciação Científica sob orientação do professor Luiz Marques e, ao mesmo tempo em que partia para a investigação de conhecer a personagem do quadro, seu pintor e as condições de execução da obra, fui percebendo quanto espaço, quanta pesquisa e reflexão poderiam surgir de um detalhe desse quadro. Um detalhe que, entretanto, é verdadeiramente o personagem da obra, o relógio mecânico. O Cardeal abre a cortina pesada, de um vermelho vibrante e tencionado pelas estrias brancas para apresentar o relógio ao espectador. A pintura é uma verdadeira mis-en-scène do relógio. Não apenas isso, o relógio também nos diz algo. Ele marca uma hora certa (coisa rara na representação de relógios nessa época), e a mesma data de execução do quadro (1552), inscrita no alto à direita, aparece gravada em escorso na lateral da caixa metálica, adornada também com o brasão da família Madruzzo.
Referências
AGOSTINHO, S. Confissões. Tradução J. Oliveira Santoa e A. Ambrósio de Pina. 11.ed. Porto: Livraria Apostolado da Imprensa, 1984.
CAMESASCA, Ettore. Da Raffaello a Goya... da Van Gogh a Picasso. 50 dipinti dal Museu de Arte di San Paolo del Brasile. Catálogo da Exposição. Milão: Palazzo Reale, 1987.
CAMÕES, L. Lírica Completa II: sonetos. Prefácio e notas Maria de Lurdes Saraiva. Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1980.
CÍCERO, Marco Túlio. Saber Envelhecer e A Amizade. Trad. Paulo Novaes. São Paulo: LP&M editores, 1997.
CROSBY, Alfred W. A mensuração da realidade: a quantificação e a socieade ocideeltal 12501600. São Paulo. Editora Unesp. 1999. p. 81-97.
GOMBRICH, Ernest H. Gombrich on the Renaissance. Vol. 2: Symbolic Images. 3.ed. London: Phaidon Press Limited, 1985.
HOCKE, Gustav R. Maneirismo: o mundo como labirinto. Tradução Clemente Raphael Mahl. 2.ed. São Paulo. Perspectiva. 1986. (Coleção Debates 92).
KOYRÉ, Alexandre. Galileu e Platão e Do Mundo do “mais ou menos” ao Universo da Precisão. Lisboa. Gradiva. S/d. p. 57-89.
LOURENÇO, Eduardo. “Camões e o tempo ou a razão oscilante”. In: Poesia e Metafísica: Camões, Antero, Pessoa. Sá da Costa Editora. Pp. 31-49.
PANCHERI, Roberto. “L’Orologio meccanico e il ritratto: variazione sul tema da Tiziano a David”. In: BRUSA, Giuseppe (curadoria). La Misura del Tempo: L’antico splendore dell’orologeria italiana dal XV al XVIII secolo. Trento: Castelo del Buon Consiglio, 2005. p. 5285.
PANOFSKY, Erwin. Tiziano: problemas de iconogrfia. Madrid: Akal, 2003.
PETRARCA, F. The Sonnets, Triumphs, and Other Poems of Petrarch. [S.l.]: Thomas Campbell, 2006. Disponível em: http://www.gutenberg.org/catalog/world/readfile?fk_files=1509033 Acesso em: 17/03/2011.
PRÀ, Laura Dal. “Il tempo ‘maestro d’oriuoli’. Divagazioni iconografiche sul tema”. In: BRUSA, Giuseppe (curadoria).
La Misura del Tempo: L’antico splendore dell’orologeria italiana dal XV al XVIII secolo. Trento: Castelo del Buon Consiglio, 2005. p. 29-49.
SÊNECA, Lucius Annaeus. Cartas a Lucílio. Trad., prefácio e notas J. A. Segurado e Campos. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2004. 2ed.
SÊNECA, Lucius Annaeus. Sobre a brevidade da vida. Trad., introdução e notas William Li. São Paulo: Nova Alexandria, 1993.
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2011 Isabel Hargrave Gonçalves da Silva