Resumo
O historiador e crítico de arte, ao se relacionar com o seu objeto de estudo, tem diante de si um problema fundamental: articular uma linguagem verbal e abstrata com um objeto concreto, material, cuja linguagem própria não tem correspondência no discurso estruturado por palavras. Por outro lado, desde o surgimento dos meios de reprodução mecânica das obras de arte, e de sua crescente popularização, um outro tipo de discurso, não-verbal, mas igualmente poderoso, vem se formando em torno da obra de arte e das construções históricas que a ela dizem respeito: o discurso que envolve a apresentação, seleção, edição e disposição das reproduções em livros catálogos, folhetos, revistas, periódicos e, mais recentemente, em meios eletrônicos, como vídeos, programas de televisão e websites. Os dois discursos, o verbal e o imagético, que se dão paralelamente, têm enorme força na formação da nossa compreensão da arte e de sua história. São intermediários que se impõem entre o espectador e a obra, mesmo quando esta última está disponível para a apreciação direta. Nem sempre estamos conscientes de sua interferência, dos conceitos que subjazem à sua construção.
Referências
BAXANDALL, Michael. Padrões de intenção: a explicação histórica dos quadros. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
BURCKHARDT, Jacob. A Cultura do Renascimento na Itália. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
BURCKHARDT, Jacob. Il Cicerone. Milão: Rizzoli, 1994.
MALRAUX, André. Le musée imaginaire. Paris: Gallimard, 2004.
WÖLFFLIN, Heinrich. “Jacob Burckhardt”. In: Reflexiones sobre la historia del arte. Barcelona: Ediciones Península, 1988.
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Copyright (c) 2011 Ana de Gusmão Mannarino