Resumo
A produção contemporânea em arte e arquitetura se constrói a partir dos frutos da efervescência dos anos 60, embora esta conexão possa soar estranha a primeira vista: a nossos olhos o horizonte utópico da neo-vanguarda parece pertencer a outra era geológica. Paradoxalmente, enxergamos com maior clareza a continuidade entre as formas artísticas empregadas hoje e aquelas geradas pela neovanguarda do que a dinâmica de fundo que as impulsionou e transformou substancialmente. Paulatinamente, passou-se, nas últimas quatro décadas do discurso moderno contra o caos urbano para outro, que elogia sua heterotopia, tendo como elo justamente manifestações neovanguardistas. Houve um deslizamento gradual desde a hegemonia moderna até a atual apologia da “pluralidade”. A presente comunicação passa em revista algumas produções da neovanguarda artística e arquitetônica, procurando discernir por detrás de sua exorbitante diversidade algumas motivações compartidas subjacentes para, num segundo momento, procurar entender a natureza desta paradoxal transformação.
Referências
ARANTES, O. G.R. O lugar da Arquitetura depois dos Modernos, 2ª ed., São Paulo, EDUSP, 1995.
ARANTES, O., “Uma Estratégia Fatal” in ARANTES, O. G.R, VAINER, C., MARICATO, E. A cidade do pensamento único. Desmanchando consensos, Petrópolis/RJ, Vozes, 2000, p. 42.
MARCHAN, S. Del Arte Objetual al Arte de Concepto. 1960-1974, Madri, Alberto Corazón ed., 1974, p. 238.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2006 Fábio Lopes de Souza Santos