Resumo
O objetivo deste texto é o levantamento de questões referentes à construção historiográfica da arquitetura e da cidade colonial, empreendida por arquitetos modernistas a partir da década de 1930, tendo por objeto específico o artigo escrito por Lúcio Costa, denominado “A arquitetura dos jesuítas no Brasil”, e publicado pela Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, n° 5, de 1941. Desde o primeiro número da revista do SPHAN em 1937, Lúcio Costa já publicava o artigo “Documentação necessária”, e no terceiro número, o artigo “Notas sobre a evolução do mobiliário luso-brasileiro”. O texto a seguir trata especificamente do terceiro artigo publicado pelo arquiteto, na revista, onde aborda a produção artística ligada às atividades da Companhia de Jesus no Brasil. Define, conceitua, indica as fundamentações dessas manifestações, ancorado no seu tempo, amparado por sua própria experiência e vivência, imbuído do espírito de renovação do fazer da arquitetura, do pensar a sua história. Disse por várias vezes, em textos e entrevistas, que os mesmos arquitetos “modernos” que se empenhavam em renovar o passado, eram também aqueles que lutavam para preservá-lo. Logicamente este passado a manter-se presente passava por um filtro modernista, e este mesmo filtro lastreava a construção do projeto de modernização da intelectualidade brasileira. A criação do SPHAN, seus atos e movimentos dão conta dessa batalha, e representam hoje, da maneira mais diletante, essa profissão do credo nas transformações do mundo industrial.
Referências
COSTA, Lúcio. A arquitetura dos jesuítas no Brasil. Revista do SPHAN, Rio de Janeiro, n° 5, 1941.
COSTA, Lúcio. Lúcio Costa: registro de uma vivência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995.
MASSERAN, Paulo Roberto. Teatros Paulistas no ciclo do café: tipologia e arquitetura. Dissertação (mestrado em arquitetura e urbanismo) – Escola de Engenharia de São Carlos, USP, São Carlos-SP, 1998.
TELLES, Augusto Carlos da Silva. Atlas dos monumentos históricos e artísticos do Brasil. Rio de Janeiro: MEC/FAE, 1985.
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