Resumo
Desde o final de 1996, uma polêmica envolve a configuração museográfica do Museu de Arte de São Paulo: retiraram-se os cavaletes de vidro, suportes dos quadros propostos por Lina Bo Bardi, e colocaram-se altas e espessas paredes de gesso. A mudança dividiu opiniões e gerou uma série de manifestações em defesa de uma ou outra concepção expositiva. Se, por um lado, os defensores da proposta inicial pautaram-se na idéia de liberdade, novidade e no desenvolvimento histórico dos cavaletes de vidro – coerentes com um edifício concebido para este modo de exposição –, por outro, foram apresentados problemas técnicos e de apreciação das
obras que deveriam ser corrigidos de modo a salvaguardar os quadros e “restaurar o equilíbrio fenomenológico e civilizacional entre a obra de arte e o suporte arquitetônico com o qual sempre dialogou – a parede –, elemento constitutivo de sua própria identidade histórica.”1 Veremos alguns dos argumentos utilizados como justificativa a cada proposta e o decorrente processo de tombamento do edifício pelo Iphan.
Referências
A EVOLUÇÃO da Museologia do Masp no último decênio (1986-1998), reprodução de fax enviado ao Masp no dia 26 de novembro de 1998, p. 6. (Arquivo do Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi).
MASP rejeita tombamento de cavaletes, jornal Valor Econômico, São Paulo, 4 de maio de 2000.
MASP será tombado pelo Iphan. Talvez tarde demais, Jornal da Tarde, São Paulo, 20 de março de 2001.
MUSEU de Arte de São Paulo, ILBPMB/Blau, São Paulo/Lisboa, 1997. p. 3
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Copyright (c) 2005 Alexander Gaiotto Miyoshi