Resumo
A fim de compreender como o posicionamento afetivo pode criar uma memória em torno das expectativas e impressões do público em contato com obras de arte de caráter híbrido, o foco deste artigo é tratar do processo constitutivo do relato sobre o comportamento do público visitante da exposição A arte eletrônica na época disruptiva. O texto visa questionar metodologicamente a delimitação de uma negação do espaço dos afetos para pesquisa sobre as disputas do lugar do espectador em modelos expositivos mais laboratoriais. Ao me propor a assumir uma posição mais experimental durante a observação participante na situação de visitação, investigo como me aproximar do campo de vivências do público ao interagir com a exposição de arte e tecnologia.
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