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Um percurso meditativo por algumas florestas na arte
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Palavras-chave

Paisagem
Natureza
Florestas na arte.

Como Citar

RAMA, Samuel. Um percurso meditativo por algumas florestas na arte. Revista Visuais, Campinas, SP, v. 2, n. 3, p. 41–62, 2016. DOI: 10.20396/visuais.v2i3.12071. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/visuais/article/view/12071. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

A grande floresta europeia densa e obscura desapareceu proporcionalmente ao crescimento das cidades sobretudo a partir da modernidade. Na mesma medida do desaparecimento das florestas reais dá-se o seu incremento no território da cultura em geral e nas artes plásticas em particular. A floresta assume-se assim como arquétipo ou índice do natural e é nos seus melhores exemplos da arte sempre revisitada por uma persistente expressão atravessada pelo sonho e pela nostalgia. Nas representações de florestas feitas por artistas que quiseram recuperar, do pondo de vista estético, estas paisagens a partir de dentro, podemos encontrar talvez uma das raízes mais longínquas do questionamento ou da relativização da ideia de paisagem enquanto vista ou janela, a favor de uma ideia de paisagem enquanto errância ou envolvimento. Esse questionamento parece trazer também consigo a expressão ou tradução do fundamento ético primeiro que faz reconhecer a natureza como algo absolutamente superior ao homem. Tal acontece porque a maioria das representações de florestas feitas a partir do seu interior revelam um certo carácter estético negativo que induz no espectador mobilidade, desconforto, estranhamento obrigando-o a indagar e articular juntamente estética e ética.

https://doi.org/10.20396/visuais.v2i3.12071
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