Banner Portal
A indústria de cinema independente no Brasil
PDF

Palavras-chave

Indústria cinematográfica brasileira
Modelo de localização de Hotelling
Decisão de qualidade

Como Citar

MACHADO, Tatiana Vasconcelos Fleming; VASCONCELOS, Silvinha Pinto. A indústria de cinema independente no Brasil: uma análise estratégica pela ótica da qualidade. Tematicas, Campinas, SP, v. 29, n. 57, p. 300–327, 2021. DOI: 10.20396/tematicas.v29i57.13866. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/13866. Acesso em: 28 mar. 2024.

Resumo

O mercado de produção cinematográfica brasileira passou por movimentações nos últimos anos e o desafio dos produtores independentes em alcançar a plataforma comercial tradicional (salas de cinema) cresceu na mesma proporção. Neste contexto, algumas desvantagens relativas deste segmento fazem-se notar quando consideradas as firmas rivais que estabelecem um nicho comercial altamente lucrativo. Mas, paradoxalmente, produtores do cinema nacional permaneceram no mercado, competindo lado a lado com grandes produtores estrangeiros. A constatação de tal permanência motivou a realização deste estudo, o qual visa compreender a lógica de decisão de localização em termos de tipo de filme a ser produzido, dentre um continuum de possíveis tipos de filmes mais ou menos comerciais. Para tanto, e estrutura de mercado foi considerada, bem como foi feita uma análise estratégica das decisões de diferenciação com base no modelo da cidade linear de Hotelling. Concluiu-se que há possibilidade de os produtores independentes coexistirem com os comerciais neste mercado.

https://doi.org/10.20396/tematicas.v29i57.13866
PDF

Referências

AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Instrução Normativa nº 36, de 14 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o estabelecimento de critérios para a classificação das empresas produtoras proponentes de projetos de produção independente de obras audiovisuais brasileiras para fins de captação de recursos e dá outras providências. Disponível em: https://www.ancine.gov.br/pt-br/legislacao/instrucoes-normativas-consolidadas/instru-o-normativa-n-36-de-14-de-dezembro-de-2004. Acesso em: 05 jun. 2017.

AGÊNCIA NACIONAL DO CINEMA (ANCINE). Observatório Nacional do Cinema e do Audiovisual: Listagem dos agentes econômicos registrados na ANCINE. Disponível em: https://oca.ancine.gov.br/sites/default/files/repositorio/pdf/listagem_dos_agentes_economicos_registrados_na_ancine.pdf. Acesso em: 19 ago. 2020.

ALMEIDA, Jéssica Silva de; NAKAUCHI, Lucas Yuki. Decisões estratégicas na distribuição de filmes de longa-metragem: disrupções recentes. Monografia (Graduação em Engenharia de Produção) – Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10011519.pdf. Acesso em: 15 ago. 2020.

BEATH, John; KATSOULACOS, Yannis. The economic theory of product differentiation. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

BENZ, Men-Andri. Strategies in markets for experience and credence goods. Wiesbaden: Deutscher Universitats-Verlag I / GWV Fachverlage GmbH, 2007.

BERTINI, Alfredo. Economia da Cultura. São Paulo: Editora Saraiva, 2008.

BOSCHI, Renato Raul; GAITAN, Flavio. A Recuperação do Papel do Estado no Capitalismo Globalizado. In: GOMIDE, Alexandre de Ávila; BOSCHI, Renato Raul (Org.). Capacidades Estatais em Países Emergentes: o Brasil em Perspectiva Comparada. Brasília, 2016, p. 509-527. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/agencia/images/stories/PDFs/livros/livro_capacidades.pdf. Acesso em: 15 jun. 2019.

BRASIL. Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991. Institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac) e dá outras providências. Diário Oficial da União, Atos do Poder Legislativo, Brasília, DF, 24 dez. 1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8313cons.htm. Acesso em: 13 nov. 2017.

BRASIL. Lei nº 8.685, de 20 de julho de 1993. Cria mecanismos de fomento à atividade audiovisual e dá outras providências. Diário Oficial da União, Atos do Poder Legislativo, Brasília, DF, 21 jul.1993. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8685.htm. Acesso em: 25 nov. 2017.

BRASIL. Lei nº 9.612, de fevereiro de 1998. Institui o serviço de radiodifusão comunitária e dá outras providências. Diário Oficial da União, Atos do Poder Legislativo, Brasília, DF, 20 fev. 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9612.htm. Acesso em: 10 fev. 2018.

BRASIL. Lei nº 12.485, de 12 de setembro de 2011. Dispõe sobre a comunicação audiovisual de acesso condicionado. Diário Oficial da União, Atos do Poder Legislativo, Brasília, DF, 13 set.2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12485.htm. Acesso em: 10 fev. 2018.

BRASIL, G.A. Politizando a tecnologia e a feitura do cinema. In: Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder. 1 ed. Bahia, Brasil: EDUFBA, 2008, p. 81-92.

CABO, Simone Terra. A relação das produtoras de audiovisual com o mercado para captação de recursos e oferta de product placement e branded contente. Dissertação (Mestrado em Gestão da Economia Criativa) – Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: http://www2.espm.br/sites/default/files/pagina/simone_terra.pdf. Acesso em: 22 mai. 2018.

CABRAL, Eula Dantas Taveira; CABRAL FILHO, Adilson Vaz. A importância da EPC para entender a mídia no Brasil. In: CABRAL, Eula Dantas Taveira; CABRAL FILHO, Adilson Vaz (Org.). Comunicação e Cultura no Brasil: diálogos com a Economia Política da Comunicação e da Cultura. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 2018, p. 7-8.

CARDOSO JR, José Celso. Desmonte do Estado no Governo Bolsonaro: menos república, menos democracia e menos desenvolvimento. In: AZEVEDO, José Sergio Gabrielli de; POCHMANN, Marcio (Org.). Brasil: Incertezas e Submissão? São Paulo, 2019, p. 157-167. Disponível em: https://fpabramo.org.br/publicacoes/estante/brasil-incertezas-e-submissao. Acesso em: 19 ago. 2020.

DINIZ, Sibelle Cornélio; MACHADO, Ana Flávia. Analysis of the consumption of artistic-cultural goods and services in Brazil. Journal of Cultural Economics, v. 35, n. 1, p. 1-18, 2011.

FAGUNDES, Jorge; SCHUARTZ, Luis Fernando. Defesa da Concorrência e a Indústria de Cinema no Brasil. Texto Jornalístico – Cultura Livre (FGV Direito – Rio), Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: http://hdl.handle.net/10438/2667. Acesso em: 17 ago. 2020.

FILME B. Data Base Brasil. Disponível em: http://www.filmeb.com.br/database-brasil. Acesso em: 5 dez. 2016.

FUDENBERG, Drew; TIROLE, Jean. A theory of income and dividend smoothing based on incumbency rents. Journal of Political economy, v. 103, n. 1, p. 75-93, 1995.

HANDEL, Leo A.; PRESS, C. Hollywood market research. the quarterly of film radio and television. Journal of cultural economics, v. 7, n. 3, p. 304–310, 1953.

HOTELLING, Harold. Stability in Competition. The Economic Journal. v. 39, n. 153, p. 41-57, 1929.

HOUTHAKKER, Hendrik. S.; Compensated Changes in Quantities and Qualities Consumed. The Review of Economic Studies, v. 19, n. 3, p. 155-164, 1952.

HOWKINS, John. Economia criativa: como ganhar dinheiro com ideias criativas. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda., 2013.

MARSON, Melina Izar. Cinema e políticas de estado: da Embrafilme à Ancine. 1 ed. São Paulo: Escrituras Editora, 2009.

MASCARELLO, Fernando. História do cinema mundial. Campinas, São Paulo: Papirus Editora, 2006.

MCKENZIE, Jordi. The Economics od Movies: A Literature Survey. Journal of Economic Surveys, v. 26, n.1, p. 42–70, 2012.

MICHEL, Rodrigo Cavalcante; AVELLAR, Ana Paula. Indústria cinematográfica brasileira de 1995 a 2012: estrutura de mercado e políticas públicas. Nova Economia, v. 24, n. 3, p. 491–516, 2014.

MORAIS, Kátia. A Política de fomento ao audiovisual no Brasil e o lugar da TV. In: VI Congresso da Compolítica–Associação Brasileira de Pesquisadores em Comunicação e Política. Disponível em: https://seer.ufs.br/index.php/eptic/article/view/5216. Acesso em: 07 jun. 2016.

MOTION PICTURE ASSOCIATION OF AMERICA (MPAA). Relatório 2014: “O impacto econômico do setor audiovisual brasileiro”. São Paulo, p. 10–38, 2014.

NEGRI NETO, Afonso. Preços hedônicos. Informações Econômicas, SP, v.33, n.12, dez. 2003.

OECD. The Role and Measurement of Quality in Competition Analysis. DAF/COMP n. 17, 2013.

ORTIZ, Renato. Otro territorio: Ensayo sobre el mundo contemporáneo. Buenos Aires: Universidad de Quilmes, 1996.

RAMOS, Fernão. Mas afinal--o que é mesmo documentário?. Senac, 2008.

RÉGIO, Marília. A Distribuição Independente no Cinema Brasileiro: um estudo sobre a circulação do longa-metragem nacional no mercado de salas em 2010. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2012.

SHY, Oz. Industrial organization. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 1995.

SILVA, Ana Lucia Gonçalves da. Concorrência sob condições oligopolísticas: contribuição das análises centradas no grau de atomização/concentração dos mercados. 2. ed. Campinas: Unicamp, 2010. (Coleção Teses).

SILVA, Everton Rodrigues da; LOPES, Daniel Paulino Teixeira; MUNIZ, Reynaldo Maria. O modelo produtivo cinematográfico brasileiro: dimensionando a importância das alianças entre os atores do campo. Trabalho apresentado In: Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (EnANPAD), 37, 2013, Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_ESO1982.pdf. Acesso em: 12 jul. 2020.

SILVA, Hadija Chalupe da. O filme nas telas: a distribuição do cinema nacional. São Paulo: Ecofalante, 2010.

SIMENS, Dov S-S. From reel to deal: Everything you need to create a successful independent film. New York: Warner Books, 2003.

SIMIS, Anita. Estado e Cinema no Brasil. São Paulo: Annablume, 2008.

SOUZA, Thiago Cavalcante de; PIRES, Mônica de Moura. Estrutura, conduta e desempenho do mercado brasileiro de salas de cinema. In: Semana de Economia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 11, 2012, Vitória da Conquista. Anais de Congresso. Vitória da Conquista: UESB, 2012. v. 11. p. 35. Disponível em: http://www2.uesb.br/eventos/semana_economia/2012/anais/e03.pdf. Acesso em: 21 jul. 2020.

STIGLER, George. J.; BECKER, Gary S. De gustibus non est disputandum. American Economic Review, v. 67, n. 2, p. 76-90, 1977.

THE GOTHAM FILM & MEDIA INSTITUTE. About The Gotham. New York, 2021. Disponível em: https://thegotham.org/about/. Acesso em: 2 abr. 2021.

THEIL, Henri. Qualities, Prices and Budget Enquiries. The Review of Economic Studies, v. 19, n. 3, p. 129-147, 1952.

TREMBLAY, Victor J.; TREMBLAY, Carol Horton. New Perspectives on Industrial Organization: with Contributions from Behavioral Economics and Game Theory. New York: Springer Texts in Business and Economics, 2012.

TZIOUMAKIS, Yannis. American independent cinema: an introduction. 1 ed. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2006.

ZEIDAN, Rodrigo Mariath; HÉLCIAS, Cintia Vasques; KRULIKOWSKI, Erick. Mapeamento e impacto econômico do setor audiovisual no Brasil. São Paulo: Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, 2016. Disponível em: http://www.objetivaudiovisual.com.br/arquivo/Mapeamento2016-COMPLETO.pdf. Acesso em: 27 jun. 2020.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Tatiana Vasconcelos Fleming Machado, Silvinha Pinto Vasconcelos

Downloads

Não há dados estatísticos.