Banner Portal
The Literature facing massacres perpetrated by the Brazilian State
PDF (Português (Brasil))

Keywords

Memory
War of Canudos
Euclides da Cunha
Carandiru massacre
Racionais MC's

How to Cite

OSMO, Alan. The Literature facing massacres perpetrated by the Brazilian State: a comparison between Euclides da Cunha and Racionais MC’s. Tematicas, Campinas, SP, v. 29, n. 57, p. 149–182, 2021. DOI: 10.20396/tematicas.v29i57.13861. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/13861. Acesso em: 22 jul. 2024.

Abstract

The Carandiru Massacre (1992) happened almost a hundred years after the War of Canudos (1896-1897). However, it is possible to create links between these events, which were relevant in the History of Brazil. Both were crimes committed by the Brazilian State, originated by orders of rulers, and they involved a huge repressive apparatus. It is also meaningful that in both cases the State attempted to erase officially the memory of the harm done, by destroying the places that were stage for the massacres. Canudos was flooded to create the Cocorobó Dam in 1969 and the Carandiru Prison was imploded to give place to the Parque da Juventude in 2002. This paper will discuss how important were literary works to engender the memory of said crimes. Rebellion in the backlands by Euclides da Cunha did it for the Massacre of Canudos and “Diário de um detento” [Convict’s diary] by the rap group Racionais MC’s did it for the Carandiru Massacre. This discussion becomes even more relevant in view of the fact that Brazil has systematically failed to judge crimes committed by the State. Taking into account the differences between the book by Euclides da Cunha and the song by Racionais MC’s, the goal of the paper is to discuss how literature was summoned, in these cases, to take a stand about the Brazilian history, accusing state crimes that were, and still are, susceptible to being forgotten.

https://doi.org/10.20396/tematicas.v29i57.13861
PDF (Português (Brasil))

References

-E. Provérbios 13. Atração, 2000.

ANDRÉ DU RAP. Sobrevivente Andre du Rap (do Massacre do Carandiru). Coordenação editorial de Bruno Zeni. São Paulo: Labortexto Editorial, 2002.

BOLLE, Willi. grandesertão.br: o romance de formação do Brasil. São Paulo: Duas Cidades; São Paulo: Editora 34, 2004.

BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.

CALASANS, José. Cartografia de Canudos. Salvador: Secretaria da Cultura e Turismo; Conselho Estadual de Cultura; EGBA, 1997.

CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Editora 34; São Paulo: Edusp, 2011.

CRUZ, Lua Gill da. A mediação diante do cárcere: os casos de Sobrevivente André du Rap e Cela forte mulher. Trabalhos em linguística aplicada, Campinas, v. 57, n. 2, p. 821-847, ago. 2018.

CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição crítica e organização de Walnice Nogueira Galvão. São Paulo: Ubu; São Paulo: Sesc, 2016.

FELMAN, Shoshana. The return of the voice: Claude Lanzmann’s Shoah. In: FELMAN, S.; LAUB, D. (Orgs.). Testimony: crises of witnessing in literature, psychoanalysis, and history. New York: Routledge, 1992, p. 204-283.

FELMAN, Shoshana. O inconsciente jurídico: julgamentos e traumas no século XX. São Paulo: Edipro, 2014.

FOUCAULT, Michel. A coragem da verdade: o governo de si e dos outros II: curso no Collège de France (1983-1984). São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011.

GALVÃO, Walnice Nogueira. Euclidiana: ensaios sobre Euclides da Cunha. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

GARCIA, Walter. Ouvindo Racionais MC’s. Teresa: Revista de Literatura Brasileira, São Paulo, n. 4/5, p. 166-180, 2004.

GARCIA, Walter. “Diário de um detento”: uma interpretação. In: NESTROVSKI, Arthur. (Org.) Lendo música. São Paulo: Publifolha, 2007, p. 179-216.

HARDMAN, Francisco Foot. Tróia de taipa: Canudos e os irracionais. In: HARDMAN, Francisco. Foot. (Org.). Morte e progresso: cultura brasileira como apagamento de rastros. São Paulo: Unesp, 1998. p. 125-136.

HARDMAN, Francisco Foot. Os sertões como poética das ruínas. In: HARDMAN, Francisco Foot. A vingança da Hileia: Euclides da Cunha, a Amazônia e a literatura moderna. São Paulo: Unesp, 2009. p. 131-138.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

JOCENIR. Diário de um detento: o livro. 2. ed. São Paulo: Labortexto Editorial, 2001.

JOHNSON, Adriana Michéle Campos. Sentencing Canudos: subalternity in backlands of Brazil. Pittsburg: University of Pittsburg Press, 2010.

KEHL, Maria Rita. A fratria órfã: o esforço civilizatório do rap na periferia de São Paulo. In: KEHL, Maria Rita. (Org.). Função fraterna. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000, p. 209-244.

MACEDO, José Rivair; MAESTRI, Mário. Belo Monte: uma história da Guerra de Canudos. São Paulo: Moderna, 1997.

MACHADO, Maíra Rocha; MACHADO, Marta E. de Assis (Coords.). Carandiru não é coisa do passado: um balanço sobre os processos, as instituições e as narrativas 23 anos após o Massacre. São Paulo: FGV Direito SP, 2015.

MACHADO, Marta Rodriguez de Assis; MACHADO, Maíra Rocha; MATSUDA, Fernanda Emy; FERREIRA, Luisa Moraes Abreu; FERREIRA, Carolina Cutrupi. Massacre do Carandiru + 23: inação, descontinuidade e resistências. In: MACHADO, Maíra Rocha.; MACHADO, Marta Rodriguez de Assis. (Coords.). Carandiru não é coisa do passado: um balanço sobre os processos, as instituições e as narrativas 23 anos após o Massacre. São Paulo: FGV Direito SP, 2015. p. 43-111.

OSMO, Alan. O testemunho do Massacre do Carandiru feito por Jocenir e Mano Brown. Revista do Seta, Campinas, v. 8. p. 340-354, 2018.

PALMEIRA, Maria Rita Sigaud Soares. Cada história, uma sentença: narrativas contemporâneas do cárcere brasileiro. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.

RACIONAIS MC’S. Sobrevivendo no inferno. Cosa Nostra, 1997.

RACIONAIS MC’S. Nada como um dia após outro dia. Casa Nostra/Zambia, 2002. 2 CDs.

RACIONAIS MC’S. Sobrevivendo no inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 2018a.

RACIONAIS MC’S. Negro drama. In: MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO Assis Chateubriand. Histórias afro-atlânticas: [vol. 2] antologia. Organização editorial de Adriano Pedrosa, Amanda Carneiro, André Mesquita. São Paulo: MASP, 2018b. p. 161-164.

REESINK, Edwin. Saber os nomes: observações sobre a degola e a violência contra Bello Monte (Canudos). Revista AntrHopológicas, v. 24, n. 2, p. 43-73, jul. 2014. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaanthropologicas/article/view/23802. Acesso em: 01 set. 2020.

RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas-SP: Unicamp, 2007.

SAID, Edward W. Cultura e imperialismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. O testemunho: entre a ficção e o “real”. In: SELIGMANN-SILVA, M. (Org.). História, memória, literatura: o testemunho na Era das Catástrofes. Campinas: Editora da Unicamp, 2003a, p. 371-385.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Reflexões sobre a memória, a história e o esquecimento. In: SELIGMANN-SILVA, M. (Org.). História, memória, literatura: o testemunho na Era das Catástrofes. Campinas: Editora da Unicamp, 2003b, p. 59-88.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. Testemunho e política da memória: o tempo depois das catástrofes. Projeto História: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História, São Paulo, v. 30, p. 71-98, jun. 2005.

THAÍDE; DJ HUM. Hip-hop cultura de rua. Submundo do Som, 1988.

VENTURA, Roberto. “A Nossa Vendéia”: Canudos, o Mito da Revolução Francesa e a Formação de Identidade Cultural no Brasil (1897-1902). Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 31, p. 129-145, 31 dez. 1990.

VENTURA, Roberto. Canudos como cidade iletrada: Euclides da Cunha na urbs monstruosa. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 40, n. 1, p. 165-182, 1997.

VENTURA, Roberto. Euclides da Cunha no vale da morte. Revista USP, São Paulo, n. 54, p. 16-20, jun./ago., 2002.

ZENI, Bruno. Uma voz sobrevivente. In: ANDRE DU RAP. Sobrevivente Andre du Rap (do Massacre do Carandiru). São Paulo: Labortexto Editorial, 2002, p. 197-218.

ZENI, Bruno. O negro drama do rap: entre a lei do cão e a lei da selva. Estudos Avançados, São Paulo, v. 18, n. 50, p. 225-241, 2004.

Creative Commons License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2021 Alan Osmo

Downloads

Download data is not yet available.