Banner Portal
The taste of others
PDF (Português (Brasil))

Keywords

Karitiana
contact
Amazonian indians
Contact
Food

How to Cite

VELDEN, Felipe Ferreira Vander. The taste of others: salt and the transformation of bodies among the Karitiana in southwestern Amazonia. Tematicas, Campinas, SP, v. 16, n. 31, p. 13–49, 2008. DOI: 10.20396/tematicas.v16i31/32.12436. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/12436. Acesso em: 22 jul. 2024.

Abstract

This paper deals with the complex successes following the introduction of salt and other foodstuffs among the Karitiana in the state of Rondonia. Fast changes in indigenous peoples food habits, that goes with contact, are very use ful tools to approach the uprising of whites and the new ways of life in the company of them, as well as to understand the so called processes of becoming white. Starting from the double sense of the portuguese word “gosto” (flavor, taste, or habit, behavior), I suggest that contact can be described as the production of links between indigenous peoples and national societies by body metamorphosis promoted by changes in diet patterns, and the bigger settings that articulates /aring Of indians and the emergence of mecessity and dependency on new provisions. Largue that the great transformations we can witness among the Karitiana,
when conviviality with white men and acceptance of their food are settled, follows preexisting mythical and cosmological patterns. This process is not acculturation, and points towards the connections of desires, social practices and historical trajectories that shape histories of contact and inter-ethnic coexistence.

https://doi.org/10.20396/tematicas.v16i31/32.12436
PDF (Português (Brasil))

References

ALBERT, B. A fumaça do metal: história e representação do contato entre os Yanomami. Aunário Antropológico, 89, p. 151-189, 1992.

ALBERT,B. & RAMOS, À. (Orgs.). Pacificando o branco: cosmologias do contato no Norte- Amazônico. São Paulo: Imprensa Oficial /IRD/ Editora da Unesp, 2002.

AMOROSO, M. “Mudança de Hábito: catequese e educação para índios nos aldeamentos capuchinhos”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 1307), p. 101-114,1998.

AMOROSO, M. Conquista do paladar: os Kaingang e os Guarani para além das cidadelas cristãs. Anuário Antropológico, 2000-2001, p. 35-72, 2003.

BASTOS, A. Pantofagia ou as estranhas práticas alimentares na selva. São Paulo: Cia. Editora Nacional/ Brasília: INL, 1987.

BONILLA, O. O bom patrão e o inimigo voraz: predação e comércio na cosmologia Paumari. Mana, v. 11 (1), p. 41-66, 2005.

BRAUDEL, F Civilização material, economia e capitalismo, séculos XV-XVIII (tomo 1: as estruturas do cotidiano). Lisboa: Teorema, 1979.

CAMINHA, P. V. Carta a El-Rei D.ManuelI. In: PEREIRA, PR. (Org.). Os três únicos testemunhos do descobrimento do Brasil, Rio de Janeiro, Lacerda Editores, 1999 [1500], p. 31-66.

CASCUDO, L. da C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1954.

CASCUDO, L. da C. História da alimentação no Brasil. São Paulo: Global, 2004.

CASPAR, F A aculturação da tribo Tuparí. Revista de Antropologia, v. 5 (2), p. 145-171,1957.

CATHARINO, J. M. Trabalho índio em terras da Vera ou Santa Cruz e do Brasil: tentativa de resgate ergonológico. Rio de Janeiro: Salamandra, 1995.

CLASTRES, P Ctônica dos índios Guayaki. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.

COIMBRA Jr., C. E.; SANTOS, R. V. & ESCOBAR, A. L. (Orgs.). Epidemiologia e saúde dos povos indígenas no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. da Fiocruz /ABRASCO, 2003.

ECHEVERRI, J. A. The firstlove of a young man: salt and sexual education among the Uitoto Indians of lowland Colombia. In: OVERING, J. & PASSES, A. (Eds.). The anthropology of love and anger: the aesthetics of conviviality in Native Amazonia. London/Nexw York: Routledge, 2000, p. 33-45.

ERIKSON, P Reflexos de si, ecos de outrem: efeitos do contato sobre a autorepresentação Matis. In ALBERT, B. & RAMOS, A.R. (Orgs.). Pacificando o branco: cosmologias do contato no Norte-Amazônico. São Paulo: Imprensa Oficial/IRD/Editora da Unesp, 2002, pp. 179-204.

FARAGE, N. As flores da fala: práticas retóricas entre os Wapishana. São Paulo, 1997 (Doutorado em Letras), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.

FAUSTO, C. Banquete de gente: comensalidade e canibalismo na Amazônia. Mana, v. 8 (2), p: 7-44, 2002.

FERNANDES, J. A. Cauinagens e bebedeiras: os índios e o álcool na história do Brasil. AutHropológicas, w. 13 (2), p. 39-59, 2002.

FERREIRA, M. K. L. Corpo e história do povo Yurok. Revista de Antropologia, v.41 (2), p. 17-39, 1998.

FERREIRA, M. K. L. De puro-sangue, meia-raça e lixo-branco: os internatos para índios e o sistema penal nos Estados Unidos. In: DEBERT, G. & GOLDSTEIN, D. (Orgs.). Políticas do corpo e o curso da vida. São Paulo: Editora Sumaré, 2000, p. 199-216.

FISHER, W. Rain forest exchanges: industry and community on an Amazonian frontier. Washington: Smithsonian Institution Press, 2000.

FLANDRIN, J.-L. Le lent cheminement de Pinnovation alimentaire. Antrement, v. 108, p. 68-74, 1989. Le goúta son histoire. Antrement, v. 138, p. 147-158, 1993.

FLANDRIN, J.-L. & MONTANARI, M. (Orgs.). História da Alimentação. São Paulo: Estação Liberdade, 1998.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir. 33. edição. Petrópolis: Vozes, 2007.

GORDON, C. Economia selvagem. Ritual e mercadoria entre os índios Xikrin-Mebêngokrê. São Paulo: Instituto Socioambiental /Editora da Unesp; Rio de Janeiro: Nuti, 2006.

GOW, P.. Of mixed blood: kinship and history in Peruvian Amazonia. Oxford: Clarendon Press, 1991.

GOW, P. O parentesco como consciência humana: o caso dos Piro. Mana, v. 3 (2),p. 39-65, 1997.

GOW, P. An Amazonian myth and its history, Oxford: Oxford University Press, 2001.

HERNÁNDEZ DE ALBA, G. Sub-Andean tribes of the Cauca valley. In: STEWARD, J. (Ed.), Handbook of South American Indians, vol. 4: The Circum-Caribbean Tribes. Nexy York: Cooper Square Publishers, 1963, p. 297-327.

HUGH-JONES,S. Yesterday's luxuries, tomorrow? necessities: business and barter in northwest Amazonia. In: HUMPHREY C. & HUGH-JONES,S. (cds), Barter, exchange and nalie. Cambridge: Cambridge University Press, 1992, p. 42-74.

HUGO, V. Desbravadores. Porto Velho: Edição do autor/Beron (2 vols.), 1991.

JONES, E. The symbolic significance of salt. In: Essays in applied poycho-analysis London & Vienna: The International Psycho-Analytical Press, 1923.

KELLY, J. A. Notas para uma teoria do “virar branco”. Mana, v. 11 (1), p. 201-234, 2005.

KIRCHHOFF P The tribes north of the Orinoco river. In: STENWARD, J. (Ed.). Handbook of South American 1 udians, vol. 4: The Cirenm-Caribbean Tribes. New York: Cooper Square Publishers, 1963, p. 481-493.

KURLANSKY, M. Sal: uma história do mundo. São Paulo: Editora SENAC, 2004.

LANDIN, D. Dicionário e léxico Karitiana/ Po ringués. Brasília: SIL, 1983.

LEITE, M.S. Transformação e persistência: antropologia da alimentação e nutrição em uma sociedade indigena amazônica. Rio de Janciro: Editora da Fiocruz, 2007.

LEPRI, I. Identidade e alteridade entre os Ese Ejja da Bolívia setentrional. Mana, v.M (2), p. 449-472,2005.

LÉVI-STRAUSS, C. História de lince. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

LÉVI-STRAUSS, C. Do mel às cinzas (Mitológicas II). São Paulo: Cosac & Naify, 2005 [1966].

LÉVI-STRAUSS, C. A origem dos modos à mesa (Mitológicas HI). São Paulo: Cosac & Naify, 2006 [1968].

MABILDE, P. FA. Apontamentos sobre os indígenas selvagens da nação Coroados dos matos da Província do Rio Grande do Sul. São Paulo: IBRASA / Brasília: INL/ Fundação Nacional Pró-Memória, 1983 [1836-1866].

MEIRELES, D. M. Populações indígenas e a ocupação histórica de Rondônia. Cuiabá, 1984. (Monografia em História), Universidade Federal do Mato Grosso.

MELATTI, J. C. Índios do Brasil. São Paulo: Hucitec /Brasília: Editora da UnB, 1987.

MÉTRAUX, A. The Guarani; Tribes of Eastern Bolívia and the Madeira headwaters; Tribes of the eastern slopes of the Bolivian Andes; Tribes of the Jurua-Purus basins. In: STEWARD, J. (Ed.). Handbook of South American Indians, vol. 3: The Tropical Forest Tribes. Nexv York: Cooper Square Publishers, 19634, p. 69-94; 381-463; 465-506; 6537-686.

MÉTRAUX, A. Ethnography of the Chaco. In: STEWARD, ]. (Ed.). Handbook of South American Indians, vol. 1: The Marginal Tribes. Nexy York: Cooper Square Publishers, 1963b, p. 197-370.

MÉTRAUX, A. & KIRCHHOFFE, P. The northeastern extension of Andean culture. In: STEWARD, J. (Ed.). Handbook of Sonth American Indians, vol, 4: The Circrm-Caribbean Tribes. Nexy York: Cooper Square Publishers, 1963, p. 349-368.

MINTZ, S. Sweetness and power: the place of sugar in modern history. Nexy York: E.Sifton, 1985.

MINTZ, S. Sweet, salt, and the language of love. Modern Linguistic Notes, v. 106 (4), p. 852-860, 1991.

MOSER, L. Os Karitiana e a colonização recente em Rondônia. Porto Velho, 1993 (Monografia em História), Universidade Federal de Rondônia.

OVERING, J. & PASSES, A. (Eds). The antbropology of love and anger: the aestheties of conviviality in Native Amazonia. London/New York: Routledge, 2000.

PINHEIRO, M. T. da C. Explorações do Rio Jacy-Paraná. Rio de Janeiro: Papelaria Macedo, 1910 (Commissão de Linhas Telegraphicas Estrategicas de Matto Grosso ao Amazonas, publicação nº. 5, anexo 2).

RAMOS, A. R. Projetos indigenistas no Brasil independente. Série Antropologia, v. 267. Brasília: DAN-UnB, 1999.

RENARD-CASEVITZ, F.-M. Sel: femme gemme, femme condiment”. L'Homne, v. LXKVII-II, p. 133-149, 1992.

RENARD-CASEVITZ, F.-M. Guerriers du sel, sauniers de la paix. 11H02, v.126-1 28, nº. XXXII (2-4), p. 25-43, 1993,

RIBEIRO, D. Os índios e a civilização: a integração das populações indígenas no Brasil moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

RIVAL, L. Trekking through bistory: the Huaorani of Amazonian Ecnador. New York: The Columbia University Press, 2002.

RIVIERE, P AAE na Amazônia. Revista de Antropologia, v. 38 (1), 1995.

ROZIN, P. Des goúts et dégoúts. Autrement, v. 154, p. 96-105, 1995.

SANTOS GRANERO, E Templos e ferrarias: utopia e re-invenção cultural no Oriente peruano. In: VIVEIROS DE CASTRO, E. & CARNEIRO DA CUNHA, M. (Orgs.). Amazônia: Etnologia e História Indígena. São Paulo: NHIN-USP/Fapesp, 1993, p. 67-93.

SCHULTZ, H. Informações etnográficas sobre os índios Suyá, 1960. Revista do Museu Paulista, n..8., v. XIII, p- 315-332, 1961/1962.

SICK, H. Sobre a extração do sal de cinzas vegetais pelos índios do Brasil central. Revista do Musem Pantista, n.8., v. TI, p. 381-390, 1949,

STEWARD, J. & MÉTRAUX, A. Tribes of the Peruvian and Ecuadorian Montana. In: STEWARD, J. (Ed.). Handbook of South American Indians, vol 3: The Tropical Forest Tribes. Nexy York: Cooper Square Publishers, 1963, p. 535-656.

STORTO, L. Livro de apoio ao aprendizado da ortografia Karitiana. Porto Velho,

manuscrito inédito (não publicado), 1996.

STORTO, L. & VANDER VELDEN, F Verbete Karitiana”. In: Enciclopédia virtual dos povos indígenas no Brasil. São Paulo: Instituto Socioambiental. Disponível em: http://www.socioambiental.org/pib. 2005.

TAUSSIG, M. Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem: mm estudo sobre o terror e a cura. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.

THEVET, A. Singularidades da França Antártica, a que ontros chamam de América. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1944 [1556].

VANDER VELDEN, F. 2004. Por onde o sangue circula: os Karitiana e a intervenção biomédica. Campinas, 2004 (Mestrado em An tropologia), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas.

VANDER VELDEN, F. Corpos que sofrem: uma interpretação Karitiana dos eventos de coleta de seu sangue. Documentos de Trabalho n. 12. Porto Velho: Centro de Estudos da Saúde do Índio de Rondônia (CESIR-UNIR)/Escola Nacional de Saúde Pública, 2005.

VANDER VELDEN, F. O cheiro doentio do contato: saúde e doença, história e degradação ambiental entre os Karitiana na Amazônia ocidental. Trabalho apresentado na XXV Reunião Brasileira de Antropologia, Goiânia, 2006 (inédito).

Van VELTHEM, L. “Feitos por inimigos”: os brancos e seus bens nas representações Wayana do contato. In: ALBERT, B. & RAMOS, A.R. (Orgs). Pacificando o branco: cosmolagias do contato no Norte-Anrasônico. São Paulo: Imprensa Oficial/IRD / Editora da Unesp, 2002, p. 61-83.

VIEGAS, S. Nojo, prazer e persistência: beber fermentado entre os Tupinambá de Olivença (Bahia). Revista de História, vw. 154, p. 151-188, 2006.

VILAÇA, A. Comendo como gente: formas do canibalismo Var?” Rio de Janeiro: Anpocs/Editora da UFRJ, 1992.

VILAÇA, A. O que significa tornar-se outro? Xamanismo e contato interétnico na Amazônia. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 15 (44), p. 59-72, 2000.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Araweté, os deuses canibais, Rio de Janeiro: Jorge Zahar/ Anpocs, 1986.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Apresentação. In: VILAÇA, A. Comendo como gente: formas do canibalismo Wari” Rio de Janeiro: Anpocs/Editora da UFRJ, 1992, p. XI-XXVI.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Mana, v.2 (2), p. 115-144,1996.

VIVEIROS DE CASTRO, E. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

Creative Commons License

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2008 Felipe Ferreira Vander Velden

Downloads

Download data is not yet available.