Banner Portal
O lakou haitiano e suas práticas
PDF

Palavras-chave

Casa
Terremoto
Haiti
Lakou
Nomes
Mercados

Como Citar

BULAMAH, Rodrigo Charafeddine. O lakou haitiano e suas práticas: entre mudanças e permanências. Tematicas, Campinas, SP, v. 21, n. 42, p. 205–233, 2013. DOI: 10.20396/tematicas.v21i42.11035. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/11035. Acesso em: 28 mar. 2024.

Resumo

A partir do conceito de lakou, em contextos rurais haitianos, e de suas características, farei uma reflexão sobre estudos realizados no Haiti em meados do século XX, em busca do que se compreendia como família e casa nesses trabalhos. Tendo em mente o incômodo causado por declarações que pregaram a crise e a morte do lakou, analisarei uma situação de nominação que acompanhei, revelando práticas que permanecem, mesmo quando alterações drásticas acometem a vida das pessoas. Em um segundo momento, deter-me-ei em questões ligadas ao parentesco ritual, às formas de organização do trabalho e dos mercados. Pensar o lakou é, de certa forma, levar em conta a história e os processos de transformação pelos quais o Haiti, em sua diversidade, passou e tem passado.

https://doi.org/10.20396/tematicas.v21i42.11035
PDF

Referências

ALMEIDA, M. “Redescobrindo a Família Rural Brasileira”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, n.1, julho. São Paulo: ANPOCS, 1986.

BASTIEN, R. La familia rural haitiana – Vale de Marbial. México: Libra, 1951.

BASTIEN, R. Haitian Rural Family Organization. Social and Economic Studies, v. 10, n. 4, 1961.

BAZABAS, D. Du marché de rue en Haïti. Le système urbain de Port-au-Prince face à ses entreprises ‘d’espace-rue’. Paris: L’Harmattan, 1997.

BOURDIEU, P. Espace social et genèse des “classes”. Actes de la recherche en sciences sociales, v. 52-53 1984.

BOURDIEU, P. What makes a social class? On the theoretical and practical existence of groups. Berkeley Journal of Sociology: A Critical Review. n. XXXII, 1987.

BOURDIEU, P. Raisons pratiques: sur la théorie de l’action. Paris: Seuil, 1994.

BRANDÃO, C. R. O trabalho como festa : algumas imagens e palavras sobre o trabalho camponês acompanhado de canto e festa. In GODOI, E. P., MENEZES, M. A. & MARIN, R. A. Diversidade do campesinato: expressões e categorias (v. I). São Paulo: Ed. Unesp, 2009.

BULAMAH, R. C.; THOMAZ, O. R. 40 segundos de ruína. Ciência hoje, v. 4, n. 268, 2010.

CANDIDO, A. Os parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1964.

CASTOR, S. L’occupation américaine d’Haiti. CRESFED, 1987.

CASIMIR, J. La culture opprimée. Porto Príncipe: Imprimerie Média-Texte. 2011[2001].

CHARLIER-DOUCET, R. Anthropologie, politque et engagement social. L’expérience du Bureau d’ethnologie d’Haïti. Gradhiva, 2005.

CLOUGH, Joshua. Exile and ethnography: Jacques Roumain and the problema of place in French and Haitian national thought: 1927-1944. 2012. Dissertação de mestrado, The City College of New York, EUA.

DUBOIS, L. Haiti: The aftershocks of history. Nova Iorque: Metropolitan books, 2011.

FORTES, M. “Introduction” In: GOODY, J. (Ed.), The development cycle in domestic groups. London: Cambridge University Press, 1958.

GAFFIELD, J. Haiti and Jamaica in the Remaking of the Early Nineteenth-Century Antlantic World. The William and Mary Quarterly, v. 69, n. 3, 2012.

GODOI, E. P. “Reciprocidade e circulação de crianças entre camponeses do sertão.” In: Godoi, E. P.; Menezes, M. A. & Marin, R. A. (Orgs.), Diversidade do campesinato: expressões e categorias, v. II, São Paulo: Editora da Unesp, 2009.

GONZALEZ, J. The war on sugar: forced labor, commodity production and the origins of the haitian peasantry, 1791-1841. 2012. Tese de PhD, University of Chicago, EUA.

GLOVER, K. J. Haiti unbound: A spiralist challenge to the postcolonial canon. Liverpool: Liverpool University Press, 2010.

HERKOVITS. M. J. Life in a haitian valley. Princeton: Markus Wiener Publishers, 2007 [1937].

HURBON, L. Comprendre Haïti: essai sur l’Etat, la nation, la culture. Paris:Karthala, 1987.

JAKOBSON, R.; HALLE, M. “The metaphoric and metonymic poles”. In Fundamentals of language. Haia: Mouton e Co, 1956.

LAURIÈRE, C. D’une île à l’autre. Alfred Métraux en Haïti. Gradhiva. 2005.

LÉVI-STRAUSS, C. Le totémisme aujourd’hui. Paris: Presses Universitaires de France, 1962.

LÉVI-STRAUSS, C. A eficácia simbólica. In ______, Antropologia Estrutural II. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967.

LOWENTHAL, I. P. Ritual Performance and Religious Experience: A Service for the Gods in Southern Haiti. Journal of Anthropological Research, v. 34, n. 3, p. 392-414, 1978.

LOWENTHAL, I. P. “Marriage is 20, children are 21”: The cultural construction of conjugality and the family in rural Haiti. 1987. Tese de Ph.D. The Johns Hopkins University, Baltimore, EUA.

MÉTRAUX, A. Croyances et pratiques magiques dans la vallée de Marbial, Haiti. Journal de la Société des Americanistes. Tomo 42, 1953.

MÉTRAUX, A. Le vaudou haïtien. Paris: Gallimard, 1958.

MÉTRAUX, R. Kith and Kin: a study of créole social structure in Marbial, Haiti. Tese de Ph.D, Columbia University, EUA, 1951.

MINTZ, S. “Pratik: Haitian Personal Economic Relationship”. In: Potter, J.M. et al. Peasant Society: a Reader. Boston: Little Brown, 1967.

MINTZ, S.; WOLF, E. An Analysis of Ritual Co-Parenthood (Compadrazgo). Southwestern Journal of Anthropology, v 6, n. 4, p. 341-368, 1950.

NASCIMENTO, S.; THOMAZ, O. R. Da crise às ruínas: impacto do terremoto sobre o ensino superior no Haiti. Relatório de pesquisa. Campinas: 2010. (disponível em: www.prpg.unicamp.br/noticias/dacriseasruinas.pdf).

PINA-CABRAL, J. Comentários críticos sobre a casa e a família no Alto Minho rural. Análise Social. XX v. (81-82), n. 2 e 3, 1984.

PINA-CABRAL, J. Outros nomes, histórias cruzadas: apresentando o debate. In: Etnográfica, v. 12, n. 1, 2008.

PRICE-MARS, J.. Ainsi parla l’Oncle. Porto-Príncipe: Imprimeur II, 1998 [1928].

RAMSEY, K. The spirits and the law: vodou and power in Haiti. Chicago: University of Chicago Press, 2011.

REDFIELD, R.; HERSKOVITS, M.; LINTON, R. Memorandum for the Study of Acculturation. American anthropologist, v. 38, n. 1, 1936.

SAHLINS, M. Stone Age Economics. Londres e Nove Iorque: Routledge, 2004 [1974].

SAHLINS, M. What kinship is (parts I and II). Journal of the Royal Anthropological Institute, v. 17 2011.

SLENES, R. Na senzala, uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava: Brasil Sudeste, século XIX. Campinas: Editora da Unicamp, 2011 [1999].

SMITH, R. T. The matrifocal family: power, pluralism and politics. Nova Iorque: Routledge, 1996.

SAINT-MÉRY, M. Description topographique, physique, civile, politique et historique de la partie Française de l’isle Saint-Domingue. Paris: Librarie-Depositaire, 1875 [1797-8].

THOMAZ, O. R. “Haitian elites and their perceptions of poverty and of inequality”. In: Reis, Elisa & Moore, Mick (Ed.). Elite perceptions of poverty and inequality. London/New York: Zed Books. 2005.

THOMAZ, O. R. “O terremoto no Haiti, o mundo dos brancos e o Lougawou”. Novos Estudos CEBRAP, n. 86, 2010.

THOMAZ, O. R. “‘Eles são assim’: racismo e o terremoto de 12 de janeiro de 2010 no Haiti”. Cadernos de Campo, v. 20, 2011.

TROUILLOT, M.. Haiti: state against nation. The origins and legacies of duvalierism. Nova Iorque: Monthly Review. 1989.

TROUILLOT, M. Silencing the past: power and the production of History. Beacon Press, Boston. 1995.

WAGNER, L. R. When the one who bears the scars is the one who strikes the blow: history, human rights, and Haiti’s restavèks. 2008. Tese de M.A. University of North Carolina, Chapell Hill, EUA.

WOODSON, D. G. Tout mounn se mounn men tout mounn pa menm: Microlevel sociocultural aspects of land tenure in a Northern Haitian locality. 1990. Tese de Ph. D., University of Chicago, EUA.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2013 Rodrigo Charafeddine Bulamah

Downloads

Não há dados estatísticos.