Banner Portal
Os silêncios dos arquivos e a antropologia histórica
PDF

Palavras-chave

Silêncios dos arquivos
Antropologia histórica
Protagonismo indígena
Cidade

Como Citar

SOARES, Ana Luiza Morais. Os silêncios dos arquivos e a antropologia histórica: história indígena na cidade. Tematicas, Campinas, SP, v. 31, n. 61, p. 266–288, 2023. DOI: 10.20396/tematicas.v31i61.17333. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/17333. Acesso em: 12 maio. 2024.

Resumo

É no encontro entre antropologia e história que vemos um grande potencial para a reescrita da história do Brasil, colocando em destaque todos os atores sociais e o contexto dos jogos de poder, assim como os efeitos persistentes do colonialismo na nossa sociedade atual. Esse artigo objetiva mostrar, mesmo que de forma resumida, a trajetória da aproximação entre antropologia e história e as possibilidades desse encontro, assim como elencar metodologias para se fazer história indígena na cidade. O ambiente urbano impõe desafios particulares, pois nos deparamos com tipos específicos de silêncio dos arquivos. Aqui pretendo discutir quais são esses silêncios e estratégias possíveis para ouvir as vozes silenciadas do ambiente urbano no passado.

https://doi.org/10.20396/tematicas.v31i61.17333
PDF

Referências

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro, RJ, Brasil: FGV Editora, 2010.

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ: Ed. FGV, 2013.

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil no século XIX: da invisibilidade ao protagonismo. Revista História Hoje, v. 1, n. 2, p. 21–39, 2012.

BAILEY, Alfred Goldsworthy. The Conflict of European and Eastern Algonkian Cultures, 1504-1700: A Study in Canadian Civilization. Toronto: University of Toronto Press, 1937.

BARROS, Surya Pombo de. Escravos, libertos, filhos de africanos livres, não livres, pretos, ingênuos: negros nas legislações educacionais do XIX. Educação e Pesquisa, v. 42, n. 3, p. 591–605, set. 2016.

BATESON, Gregory. Culture Contact and Schismogenesis. In: Steps to an ecology of mind: collected essays in anthropology, psychiatry, evolution, and epistemology. Northvale, N.J: Aronson, 1987. p. 71–82.

BLOCH, Mark. The Historian’s Craft. New York: Vintage Books, 1964.

BOAS, Franz. The Limitations of the Comparative Method of Anthropologyv. Science, v. 4, n. 103, p. 901–908, 1896.

BOCCARA, Guillaume. Mundos nuevos en las fronteras del Nuevo Mundo. Nuevo Mundo Mundos Nuevos, Debates. 8 fev. 2005.

BRAUDEL, Fernand. La Méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe II. Paris: Armand Colin, 1949.

BRAUDEL, Fernand. Capitalism and Material Life, 1400-1800. London: Weidenfeld & Nicholson, 1973.

BURKE, Peter. What is cultural history? Third edition ed. Cambridge, UK ; Medford, MA: Polity, 2019.

BUTTERFIELD, Herbert. The Whig Interpretation of History. New York: The Norton Library, 1965.

CARVALHO JUNIOR, Almir Diniz de. Do índio imaginado ao índio inexistente: a construção da imagem do índio na Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira. Dissertação (Mestrado em História) — Departamento de História, Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 2000.

CARVALHO JUNIOR, Almir Diniz de. Índios Cristãos: A conversão dos gentios na Amazônia Portuguesa (1653-1769). Tese (Doutorado em História) — Departamento de História, Universidade Estadual de Campinas. Campinas. 2005.

CARVALHO JUNIOR, Almir Diniz de. Líderes Indígenas no mundo cristão colonial. Canoa do Tempo, v. 1, n. 1, 2007.

CARVALHO JUNIOR, Almir Diniz de. A magia do novo: índios cristãos nas fronteiras da Amazônia Colonial. Nuevo Mundo Mundos Nuevos, Debates. 2011.

CAVALCANTE, Thiago Leandro Vieira. Etno-história e história indígena: questões sobre conceitos, métodos e relevância da pesquisa. História (São Paulo), v. 30, n. 1, p. 349–371, jun. 2011.

CAVALCANTE, Ygor Olinto Rocha. Os Xerimbabos: a Vida de Crianças Indígenas e Negras em Tempos de Escravidão (Brasil, Amazonas: Séc. XIX). Transversos, v. 1, n. 1, p. 17–96, 2014.

CONNOLLY, Brian; FUENTES, Marisa. Introduction: From Archives of Slavery to Liberated Futures? History of the Present, v. 6, n. 2, p. 105–116, 1 out. 2016.

CUNHA, Manuela Carneiro da. História dos Índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1992.

CUNHA, Manuela Carneiro da. “Culture” and Culture: Traditional Knowledge and Intellectual Rights. Chicago: Prickly Paradigm Press, 2009.

DAVIS, Natalie Zemon. The return of Martin Guerre. Cambridge: Harvard University Press, 1984.

ERICKSON, Paul; MURPHY, Liam Donat. A history of anthropological theory. Fifth edition ed. Ontario, Canada; New York: University of Toronto Press, 2017.

FARAGE, Nadia. As Muralhas dos Sertões: os Povos Indígenas no Rio Branco e a Colonização. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1991.

FAUSTO, Carlos; HECKENBERGER, Michael (EDS.). Time and memory in indigenous Amazonia: anthropological perspectives. Gainesville: Univ. Press of Florida, 2012.

FEBVRE, Lucien. Une Question Mal Posée Les Origines de La Réforme Française et Le Problème Général Des Causes De La Réforme. Revue Historique, v. 161, n. 1, p. 1–73, 1929.

FERRATER-MORA, José. Diccionario de Filosofia. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 1994. V. Tomo I.

FISCHER, Brodwyn; GRINBERG, Keila (EDS.). The Boundaries of Freedom: Slavery, Abolition, and the Making of Modern Brazil. Cambridge: Cambridge University Press, 2022.

FISCHER, Brodwyn; GRINBERG, Keila; MATTOS, Hebe. Las Leyes, el Silencio y las Desigualdades Racializadas en la Historia Afrobrasileña. In: DE LA FUENTE, A.; ANDREWS, G. R. (Eds.). Estudios afrolatinoamericanos: una introducción. [s.l.] CLACSO, 2018. pp. 161–216.

GARCIA, Elisa Frühauf. As diversas formas de ser índio: políticas indígenas e políticas indigenistas no extremo sul da América portuguesa. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2009.

GOLDSTEIN, Daniel. Owners of the Sidewalk: Security and Survival in the Informal City. Durham: Duke University Press, 2016.

HARRIS, Mark. Rebellion on the Amazon: the Cabanagem, race, and popular culture in the north of Brazil, 1798-1840. New York: Cambridge University Press, 2010.

HARTMAN, Saidiya. Lose Your Mother. New York: Farrar, Straus and Giroux, 2008a.

HARTMAN, Saidiya. Venus in Two Acts. Small Axe, v. 12, n. 2, p. 1–14, 1 jun. 2008b.

HERODOTUS. The Histories. Cambridge: Harvard University Press, 1920. v. 3

HILL, Jonathan David (ED.). Rethinking history and myth: indigenous South American perspectives on the past. Urbana: University of Illinois Press, 1988.

HILL, Jonathan David (ED.). History, power, and identity: ethnogenesis in the Americas, 1492-1992. Iowa City: University of Iowa Press, 1996.

JOYCE, Patrick. Work, society, and politics: the culture of the factory in later Victorian England. Brighton: Harvester Press, 1980.

JOYCE, Patrick. What is the Social in Social History? Past & Present, n. 206, p. 213–248, 2010.

LANGFUR, Hall. The forbidden lands: colonial identity, frontier violence, and the persistence of Brazil’s eastern Indians, 1750-1830. Stanford, Calif., London: Stanford University Press; Eurospan [distributor], 2009.

LANGFUR, Hall. (ED.). Native Brazil: beyond the convert and the cannibal, 1500-1900. Albuquerque: University of New Mexico Press, 2014.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Structural Anthropology, Volume 2. Tradução: Monique Layton. Chicago, IL: University of Chicago Press, 1983.

MONTEIRO, John Manoel. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo, Brazil: Companhia das Letras, 1994.

MONTEIRO, John Manoel. Tupis, Tapuias e Historiadores. Tese Livre Docência—Campinas: Universidade Estadual de Campinas, 2001.

MONTEIRO, John Manoel. Entre o Etnocídio e a Etnogênese: Identidades Indígenas Coloniais. Em: FAUSTO, C. (Ed.). Tempos Índios: Histórias e Narrativas do Novo Mundo. Lisboa: Assírio & Alvim, 2007. p. 26–65.

MONTERO, Paula (ED.). Deus na aldeia: missionários, índios e mediação cultural. 1a ed ed. São Paulo: Editora Globo, 2006.

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco de. O Caboclo e o Brabo: Notas Sobre Duas Modalidades de Força-de-Trabalho na Expansão da Fronteira Amazônica no Século XIX. In: SILVEIRA, E. (Ed.). Encontros com a Civilização Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. v. 11 p. 101–140.

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco de. Ensaios em antropologia histórica. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1999.

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco de. Regime tutelar e faccionalismo: política e religião em uma reserva Ticuna. Manaus, AM: UEA Edições, 2015.

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco de. A viagem da volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no nordeste indígena. 2a ed ed. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2004.

OLIVEIRA FILHO, João Pacheco de; QUINTERO, Pablo. Para uma antropologia histórica dos povos indígenas: reflexões críticas e perspectivas. Horizontes Antropológicos, v. 26, n. 58, p. 7–31, set. 2020.

PESSOA, Alba Barbosa. O Juízo de Órfãos e o Trabalho Infantil da Cidade de Manaus (1890-1920). Fronteiras do Tempo: Revista de Estudos Amazônico, v. 1, n. 2, p. 23–42, 2011.

PESSOA, Alba Barbosa. Pequenos Contrutores da Nação: Disciplinarização da Infância na Cidade de Manaus. PhD diss.—Pará: Universidade Federal do Pará, 2018.

PRATT, Mary Louise. Imperial eyes: travel writing and transculturation. London; New York: Routledge, 1992.

REIS, José Carlos. Tempo, História e Evasão. Campinas: Papirus, 1994.

SAMPAIO, Patrícia Maria Melo. Administração Colonial e Legislação Indigenista na Amazônia Portuguesa. In: DEL PRIORI, M.; GOMES, F. DOS S. (Eds.). Os Senhores dos Rios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. p. 123–139.

SAMPAIO, Patrícia Maria Melo. Política indigenista no Brasil Imperial. In: GRINBERG, K.; SALLES, R. (Eds.). O Brasil Imperial (1808-1889). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. p. 175–206.

SAMPAIO, Patrícia Maria Melo. Índios e Brancos na Amazônia Portuguesa: políticas e identidades no século XVIII. In: RUIZ-PEINADO, J. L.; CHAMBOULEYRON, R. (Eds.). T(r)ópicos de história: gente, espaço e tempo na Amazônia: (séculos XVII a XXI). Belém, Pará: Editora Açaí, 2010. p. 99–116.

SAMPAIO, Patrícia Maria Melo. Fronteira da Liberdade. Tutela Indígena no Diretório Pombalino e na Carta Régia de 1798. In: LIMA, A. C. DE S. (Ed.). Tutela: formação de Estado e tradições de gestão no Brasil. Coleção Antropologias. Rio de Janeiro: E-Papers, 2014. pp. 31–52.

SCHWARCZ, Lilia Moritz; GOMES, Nilma Lino (EDS.). Antropologia e história: debate em região de fronteira. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

SILVA, James Roberto et al. Organizando um Arquivo Histórico: Um thesaurus para o Poder Judiciário do Estado do Amazonas e para a história. Acervo, v. 25, n. 1, p. 161–174, jun. 2012.

SMITH, Linda Tuhiwai. Decolonizing methodologies: research and indigenous peoples. Second edition ed. London: Zed Books, 2012.

SOARES, Ana Luiza Morais. Surviving the concrete jungle: Indigenous Children in the Brazilian Amazon (1860-1910). Tese (PhD em Antropologia)—Department of Anthropology, University of Illinois at Chicago. Chicago. 2022.

SOMMER, Barbara Ann. Negotiated settlements: Native Amazonians and Portuguese Policy in Pará, Brazil, 1758-1798. Tese (PhD em História)—Department of History, University of New Mexico. Albuquerque. 2000.

THOMPSON, Edward Palmer. Customs in common: studies in traditional pupular culture. New York, NY: The New Press, 1993.

WALLACE, Anthony Francis Clarke. Revitalization Movements. American Anthropologist, v. 58, n. 2, p. 264–281, 1956.

WALLACE, Anthony Francis Clarke. Rockdale: The Growth of an American Village in the Early Industrial Revolution. New York: Alfred A. Knopf, 1978.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2023 Ana Luiza Morais Soares

Downloads

Não há dados estatísticos.