Banner Portal
A crise da frente política neodesenvolvimentista e a discussão sobre o sindicalismo no Brasil
PDF

Palavras-chave

Sindicalismo
Crise política
Brasil
Governo Lula e Dilma

Como Citar

CARVALHO, Francisco Prandi Mendes de. A crise da frente política neodesenvolvimentista e a discussão sobre o sindicalismo no Brasil. Tematicas, Campinas, SP, v. 27, n. 53, p. 251–284, 2019. DOI: 10.20396/tematicas.v27i53.11610. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/11610. Acesso em: 25 abr. 2024.

Resumo

O presente artigo visa indicar e discutir algumas hipóteses para investigação a respeito do papel do sindicalismo durante a crise política brasileira dos anos de 2015 e 2017. Nossa argumentação está estruturada da seguinte forma: em um primeiro momento, reconstruiremos brevemente algumas características dos governos Lula e Dilma (2003 – 2016) que permitiram uma recuperação da atividade grevista em relação ao período neoliberal, que compreende os governos Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso (1990 – 2002). Em um segundo momento, trataremos da crise política e econômica do governo Dilma Rousseff e das disputas inauguradas a partir do momento de sua destituição, quando o sindicalismo se viu em confronto aberto com as propostas de reformas trabalhista e da previdência. Nossa hipótese principal, da qual decorrem outras secundárias, é que se o impeachment causou certa divisão entre as centrais, nessa conjuntura de restauração neoliberal as centrais sindicais encontram maiores pontos de unidade, não necessariamente em torno de táticas e estratégias, mas em torno de bandeiras de luta.

https://doi.org/10.20396/tematicas.v27i53.11610
PDF

Referências

ALTHUSSER, Louis. Sobre o trabalho teórico. Lisboa, Editorial Presença, s/d.

ALVES, Giovanni. Trabalho e neodesenvolvimentismo. Choque de capitalismo e degradação do trabalho no Brasil. Bauru, Projeto Editorial Práxis, 2014.

ANTUNES, Ricardo. O Continente do Labor. São Paulo, Boitempo, 2011.

ARAÚJO, Ângela & VÉRAS DE OLIVEIRA, Roberto. El sindicalismo brasileño en la Era de Lula. Revista Latinoamericana de Estudios del Trabajo, vol. 5, p. 83-112, 2011.

BASTOS, Pedro Paulo Zahluth. Que horas ela volta? Economia política e política econômica de Lula a Dilma. In MARINGONI, Gilberto & MEDEIROS, Juliano (Orgs.). Os cinco mil dias do lulismo. São Paulo, Boitempo/Fundação Lauro Campos, 2017, p. 77-90.

BIANCARELI, André. O governo Temer na economia: conjuntura, estrutura e “fracasso”. Le Monde Diplomatique, agosto, 2017. Disponível em: https://diplomatique.org.br/o-governo-temer-na-economia-conjuntura-estrutura-e-fracasso/. Acesso: 08 jun. 2019.

BOITO JR. & MARCELINO, Paula. O sindicalismo deixou a crise para trás? Um novo ciclo de greves na década de 2000. Cad. CRH [online]. 2010, vol.23, n.59, p. 323-338.

BOITO JR. A nova fase do capitalismo neoliberal no Brasil e sua inserção no quadro político da América Latina. In ALIAGA, Luciana et al. Marxismo. Teoria, História e Política. São Paulo, Alameda, 2011, p. 125-140.

BOITO JR. Estado, política e classes sociais. São Paulo, UNESP, 2007.

BOITO JR. O sindicalismo de Estado no Brasil. São Paulo, HUCITEC, 1991.

BOITO JR. Os atores e o enredo da crise política. In JINKINGS, Ivana et alli. Por que gritamos golpe? São Paulo, Boitempo Editorial, 2016, p. 23-30.

BOITO JR., Armando & SAAD-FILHO, Alfredo. State, State institutions and Political Power in Brazil. Latin American Perspectives, Vol.43, n.2, p. 190-206.

BOITO JR.; et al. A nova fase do sindicalismo brasileiro. In CESIT; UGT (Orgs.). Sindicalismo contemporâneo. Uma nova visão para o movimento sindical brasileiro, São Paulo, 2015, p. 206-223.

BRAGA, Ruy. A política do precariado. Do populismo à hegemonia lulista. São Paulo, Boitempo Editorial, 2012.

BRAGA, Ruy. Terra em transe: o fim do lulismo e o retorno da luta de classes in SINGER, André & LOUREIRO, Isabel (Orgs.). As contradições do lulismo. São Paulo, Boitempo Editorial, 2016, p. 55-92.

BRESSER-PEREIRA, L. C. A construção política do Brasil. Sociedade, economia e Estado desde a Independência. São Paulo, Editora 34, [3ª edição], 2016a.

BRESSER-PEREIRA, L. C. Do antigo ao novo desenvolvimentismo na América Latina. Texto para discussão, São Paulo, n. 275, nov. 2010. Disponível em: http://www.bresserpereira.org.br/papers/2012/12.Do_antigo_ao_novo_desenvolvimentismo.pdf. Acesso em: 27 abr. 2016.

BRESSER-PEREIRA, L. C. Reflexões sobre o Novo Desenvolvimentismo e o Desenvolvimentismo Clássico. Revista de Economia Política, vol. 36, n.2 (143), p. 237-265, abril-junho, 2016b.

CARDOSO, Adalberto. Dimensões da crise do sindicalismo. Caderno CRH [On-line]. 2015, vol. 28, n.75, p. 493-510. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ccrh/v28n75/0103-4979-ccrh-28-75-0493.pdf. Acesso em: 30 jul. 2018.

CARDOSO, Adalberto. Sindicato no Brasil: passado, presente e futuro. In: CATTANI, Antonio David (Org.). Trabalho: horizonte 2021, p. 121-146. Porto Alegre: Escritos Editora, 2014.

CARVALHO, Francisco Prandi Mendes de. O sindicalismo brasileiro nos governos do PT: um balanço crítico da bibliografia. Relatório de Iniciação científica, FAPESP, mimeo, 2016.

CAVALCANTE. Sávio. Classe média e conservadorismo liberal. In VELASCO E CRUZ, Sebastião et al. Direita volver! O retorno da direita e o ciclo político brasileiro. São Paulo, Fundação Perseu Abramo, p. 177-196.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA. A indústria em números, dezembro 2016. Disponível em: http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/cni_estatistica_2/2015/02/11/165/Industria_Numeros_dezembro2016.pdf?r=0.530258823916. Acesso em: 28 mar. 2018.

DIEESE. Boletim de conjuntura. 14/05/2018. Disponível em: < https://www.dieese.org.br/boletimdeconjuntura/2018/boletimConjuntura014.pdf >. Acesso em: 08 jun. 2019.

DOBRY, Michel. Sociologia das crises políticas: a dinâmica das mobilizações multissetoriais. São Paulo, Ed. Unesp, 2014.

DRUCK, Graça. Os sindicatos, os movimentos sociais e o governo Lula: cooptação e resistência. In OSAL, ano VI, nº19. CLACSO, Buenos Aires, Argentina, Julio 2006.

FERRAZ, Marcos & BRIDI, Maria Aparecida. Olhares sindicais sobre o governo Lula: a percepção dos dirigentes sindicais. In OLIVEIRA, Roberto Véras et al. O sindicalismo na era Lula: paradoxos, perspectivas, olhares. Belo Horizonte, Fino Traço, 2014, p. 87-114.

FILGUEIRAS, Luis. O neoliberalismo no Brasil: estrutura, dinâmica e ajuste do modelo econômico in BASUALDO, Eduardo M.& ARCEO, Enrique (Comp.) Neoliberalismo y sectores dominantes. Tendencias globales y experiencias nacionales. Buenos Aires, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales (CLACSO), 2006.

FORÇA SINDICAL. Lula recebe dirigentes da Força para discutir saídas políticas e econômicas. Disponível em: http://www.fsindical.org.br/imprensa/lula-recebe-dirigentes-da-forca-para-discutir-saidas-politicas-e-economicas. Acesso em: 07 fev. 2019.

FORÇA SINDICAL. Paulinho da Força faz ponte de Temer com grupos próximos do PT. 01/05/2016. Disponível em: http://www.fsindical.org.br/imprensa/paulinho-da-forca-faz-ponte-de-temer-com-grupos-proximos-ao-pt. Acesso em: 23 mai. 2019.

GALVÃO, Andréia. A reconfiguração do movimento sindical no governo Lula. In: BOITO JR., Armando & GALVÃO, Andréia (Orgs.). Política e classes sociais no Brasil dos anos 2000. São Paulo: Alameda, 2012, p. 187-221.

GALVÃO, Andréia.; & MARCELINO, Paula. O sindicalismo brasileiro diante do golpe. In: Sayonara Grillo Coutinho et al. (Org.). Reformas institucionais de austeridade, democracia e relações de trabalho. São Paulo, LTr, 2018, v. 1, p. 85-96.

GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a Política e o Estado moderno. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1978.

[JURUNA] João Carlos Gonçalves. Os trabalhadores e o dia seguinte. Portal O Vermelho. Disponível em: http://www.vermelho.org.br/noticia/279495-1. 18/04/2016. Acesso em: 01 mar. 2018.

KATZ, Cláudio. Neoliberalismo, Neodesenvolvimentismo, Socialismo. São Paulo, Expressão Popular/Fundação Perseu Abramo, 2016.

KOWARICK, Lúcio. Capitalismo e marginalidade na América Latina. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977.

LADOSKY, Mario Henrique Guedes; et al. A questão trabalhista e os desafios da ação sindical nos anos 2000. In OLIVEIRA, Roberto Véras; et al. O sindicalismo na era Lula: paradoxos, perspectivas, olhares. Belo Horizonte, Fino Traço, 2014, p. 61-85.

LADOSKY, Mário Henrique Guedes; RODRIGUES, Iram Jácome. A CUT e o sindicalismo brasileiro nos anos recentes. Limites e possibilidades. Tempo Social, ver. De sociologia da USP, v.30, n1, p. 53-76.

MACHADO, João. O que foi o Programa Democrático e Popular do PT? Mimeo. Disponível em: http://www.consultapopular.org.br/sites/default/files/O%20que%20foi%20o%20PDP.pdf. Acesso em: 31 mai. 2018.

MARCELINO, Paula. Sindicalismo e neodesenvolvimentismo. Analisando as greves entre 2003 e 2013 no Brasil. Tempo Social, revista de sociologia da USP, v.29, n.3, p. 201-227.

MARTUSCELLI, Danilo. Crises políticas e capitalismo neoliberal no Brasil. Curitiba, Editora CRV, 2015.

MATTOS, Marcelo Badaró. Trabalhadores e sindicatos no Brasil. São Paulo, Expressão Popular, 2009.

MINISTÉRIO DO TRABALHO. Divulgada relação das centrais sindicais certificadas para 2016. 01/04/2016. Disponível em: http://trabalho.gov.br/noticias/3202-divulgada-relacao-das-centrais-sindicais-certificadas-para-2016. Acesso em: 07 dez. 2016.

MORAIS, Lécio. A perda de competitividade externa e a ruptura da aliança de classe no governo Dilma Rousseff. In RABELO, Renato & MONTEIRO, Adalberto. Governos Lula e Dilma: O ciclo golpeado. São Paulo, Fundação Maurício Grabois/Ed. Anita Garibaldi, 2017, p. 177-208.

MUNDO SINDICAL. Com Temer, pobreza cresce e atinge mais de 54 milhões de pessoas, diz IBGE. 06/12/2018. Disponível em: http://www.mundosindical.com.br/Noticias/34873,Com-Temer-pobreza-cresce-e-atinge-mais-de-54-milhoes-de-pessoas-diz-IBGE . Acesso em 08 jun. 2019.

NETO, Antonio. Carta de desfiliação. Disponível em: https://jornalggn.com.br/sites/default/files/documentos/pmdboficio.pdf. Acesso em: 05 mar. 2018.

OLIVEIRA; Francisco. O ornitorrinco. In: Crítica à razão dualista/O ornitorrinco. São Paulo; Boitempo; 2003, p. 121-150.

PAULANI, Leda. Desenvolvimentismo, planejamento e investimento público. In MARINGONI, Gilberto & MEDEIROS, Juliano (Orgs.). Os cinco mil dias do lulismo. São Paulo, Boitempo/Fundação Lauro Campos, 2017, p. 91-100.

POULANTZAS, Nicos. A crise das ditaduras. São Paulo, Paz e Terra, 1978.

POULANTZAS, Nicos. As classes sociais no capitalismo de hoje. Rio de Janeiro, Zahar, 1975.

POULANTZAS, Nicos. As transformações atuais do Estado, a crise política e a crise do Estado in ___. (Org.). O Estado em crise, Rio de Janeiro, Graal, 1977b, p. 3-41.

POULANTZAS, Nicos. Estado e Democracia: ensaios teóricos. Unicamp, IFCH, 1998.

POULANTZAS, Nicos. Poder político e classes sociais. São Paulo, Martins Fontes, 1977a.

SAES, Décio. A política neoliberal e o campo político conservador no Brasil atual in ____. República do Capital. Boitempo Editorial, 2001, p. 81-92.

SAMPAIO JR., Plínio de Arruda. Desenvolvimentismo e neodesenvolvimentismo: tragédia e farsa. IE-UNICAMP, 2012.

SINGER, André. A (falta de) base política para o ensaio desenvolvimentista. In ____.& LOUREIRO, Isabel (Orgs.). As contradições do lulismo. São Paulo, Boitempo Editorial, 2016, p. 21-54.

SINGER, André. O lulismo em crise. São Paulo, Cia. Das Letras, 2018.

SINGER, André. Os sentidos do lulismo. São Paulo, Cia. Das Letras, 2012.

SOARES, José de Lima; As centrais sindicais e o fenômeno do transformismo no governo Lula in Revista Sociedade e Estado. Vol. 28; n.3. Setembro-Dezembro; 2013.

SÓRIA e SILVA, S. Intersecção de classes: fundos de pensão e sindicalismo no Brasil. Tese de doutorado em Sociologia, Unicamp, Campinas, 2011.

TATAGIBA, Luciana; et al. Protestos à direita no Brasil (2007 – 2015). In VELASCO E CRUZ, Sebastião; et al. Direita volver! O retorno da direita e o ciclo político brasileiro. São Paulo, Fundação Perseu Abramo, p. 197-212.

TROTSKY, Leon. Os sindicatos na época da transição. In AGUENA, Pablo (Org). O marxismo e os sindicatos. Marx, Engels, Lenin e Trotsky. São Paulo, Sundermann, 2008, p. 195-198.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 Francisco Prandi Mendes de Carvalho

Downloads

Não há dados estatísticos.