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Como ser brasilera lá e européia aqui
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Palavras-chave

Travestis
Identidade nacional

Como Citar

PATRÍCIO, Maria Cecília. Como ser brasilera lá e européia aqui. Tematicas, Campinas, SP, v. 20, n. 40, p. 139–178, 2012. DOI: 10.20396/tematicas.v20i40.11430. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/11430. Acesso em: 28 mar. 2024.

Resumo

O objetivo principal deste artigo é destacar, através das trajetórias de viagem e das representações de travestis brasileiras, as formas pelas quais elas se intitulam e se legitimam, com destaque na circulação entre países, identificando nelas uma brasilidade, assim como uma europeidade como marca de quem pode absorver características novas em sua configuração identitária. Identifico que as trajetórias estão vinculadas a noções como habitus de travestilidade, enquanto fenômeno que as acompanha desde quando iniciam suas modificações corporais e vivências com outras travestis no Brasil. Nos dois lugares, Recife e Madri, aparecem imagens de Brasil que ora concordam com os modelos já estabelecidos historicamente, ora discordam do que é vendido pelas mesmas quando estão de volta ao seu país, onde surgem novos comportamentos trazidos de um novo mundo descoberto por elas e vislumbrado por tantas que ainda não conseguiram acessar: a Europa. Assim, as vantagens e desvantagens em ser brasileira na Espanha aparecem principalmente quando se percebe que a violência vivenciada no Brasil é um dos fatores de estímulo para elas estarem circulando entre países, pois, evitam-se situações de risco.

https://doi.org/10.20396/tematicas.v20i40.11430
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