Banner Portal
Branquitude e representações sobre imigrantes haitianos no oeste catarinense
PDF

Palavras-chave

Relações raciais
Imigração
Haiti
Santa Catarina

Como Citar

SOARES, Claudete Gomes; ANDREOLA, Neuri José. Branquitude e representações sobre imigrantes haitianos no oeste catarinense. Tematicas, Campinas, SP, v. 25, n. 49, p. 85–114, 2017. DOI: 10.20396/tematicas.v25i49/50.11130. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/11130. Acesso em: 29 mar. 2024.

Resumo

Este artigo tem como objetivo apresentar e discutir princípios e ideias norteadoras de uma pesquisa em andamento sobre os significados atribuídos à presença haitiana no oeste catarinense cuja constituição local está fortemente associada à identidade branca, marcadamente italiana e alemã, em prejuízo de outras identidades: caboclos e povos indígenas. O objetivo é evidenciar como essa branquitude hegemônica tem sido acionada nas relações entre moradores locais e imigrantes haitianos. Como forma de organizar os caminhos da pesquisa, revisitamos as categorias “preconceito de marca” e “preconceito de origem” cunhadas por Oracy Nogueira e acionamos as categorias de “estabelecidos” e “outsiders” de Elias e Scotson (2000). O trabalho de campo tem mostrado um processo de estereotipagem racial (STUART HALL, 2016) dos imigrantes haitianos pelos moradores brasileiros, fundamentado na suposta superioridade da origem europeia.

https://doi.org/10.20396/tematicas.v25i49/50.11130
PDF

Referências

BENTO, Maria Aparecida. Branqueamento e Branquidade no Brasil In: CARONE, Iray; BENTO, Maria Aparecida. Psicologia Social do Racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2014.

BORDIGNON, Sandra. Inserção dos imigrantes haitianos nos contextos educativos escolares e não escolares. Chapecó, 2016. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Comunitária da Região de Chapecó.

BREVES, Wenceslau de Souza. O Chapecó que eu conheci. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. Florianópolis: ano 3, n. 06, p. 07-73, 1985.

CARDOSO, Paulino de Jesus Francisco. Em busca de um fantasma: as populações de origem africana em Desterro, Florianópolis, de 1860 a 1888. Padê: estudos em filosofia, raça, gênero e direitos humanos. UniCEUB, FACJS, Brasília, v.2 n.1, 2007.

CLICK XAXIM. Vereadores de Xaxim se preocupam com a grande quantidade de Haitianos no município. Portal Click Xaxim, Xaxim, 02 abr. 2015. Disponível em: http://www.clickxaxim.com.br/noticias/1384-vereadores-de-xaxim-se-preocupam-com-a-grande-quantidade-de-haitianos-no-municipio. Acesso em: 05/05/2016.

CONSELHO NACIONAL DE IMIGRAÇÃO – CNIg. Resolução normativa Nº 97, de 12 de janeiro de 2012.

ELIAS, Norbert. O processo civilizador. Uma história dos costumes. Rio de Janeiro: Zahar, v.1, 1994.

ELIAS, Norbert; SCOTSON, John. L. Os estabelecidos e os Outsiders. Sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Zahar 2000.

FANON, Frantz. Racismo e Cultura. In: FANON, Frantz. Em defesa da revolução africana. Lisboa: Livraria Sá da Costa, 1980, p. 35-48.

FERNANDES, Duval; CASTRO, Maria da Consolação Gomes. A migração haitiana para o Brasil: Resultado da pesquisa no destino. In: La Migración Haitiana Hacia Brasil. OIM, Cuadernos Migratorios n. 6, p. 51-66, 2014

FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala: a formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Rio de Janeiro: Record, 1995.

GOULART FILHO, Alcides. A formação econômica de Santa Catarina. Ensaios FEE, Porto Alegre, v.23, n.2, p.977-1007, 2002.

G1 SC. Aos 97 anos, Chapecó se destaca por ofertas de emprego e crescimento. G1 Santa Catarina, Santa Catarina, 25, 2014. Disponível em: http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/08/aos-97-anos-chapeco-se-destaca-por-ofertas-de-emprego-e-crescimento.html. Acesso em: 13/02/2016.

HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio: Apicuri, 2016.

HANDERSON, Joseph. Vodu no Haiti, Candomblé no Brasil: identidades culturais e sistemas religiosos como concepções de mundo Afro-Latino-Americano. Pelotas, 2010. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Instituto de Sociologia e Política, Universidade Federal de Pelotas.

HASS, Monica. O Linchamento que muitos querem esquecer. Argos: Chapeco, 2012.

KOIFMAN, Fábio. Imigrante ideal: O Ministério da Justiça e a entrada de estrangeiros no Brasil (1941-1945). Rio de Janeiro: Editora José Olympio (Edição para Kindle), 2012.

LEITE, Ilka B. Descendentes de africanos em Santa Catarina: invisibilidade e segregação In: LEITE, Ilka. B. (Org.). Negros no Sul do Brasil: invisibilidade e territorialidade. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 1996.

MAGALHÃES, Luís Felipe Aires. A imigração haitiana em Santa Catarina: perfil sociodemográfico do fluxo, contradições da inserção laboral e dependência de remessas no Haiti. Campinas, 2017. Tese (Doutorado em Demografia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas.

MAGALHÃES, Luís Felipe Aires; BAENINGER, Rosana. Imigração haitiana no Estado de Santa Catarina: Fases do fluxo e contradições da inserção laboral. Blucher Social Sciences Proceedings, São Paulo, v.2, n.2, 2016

MAMIGONIAN, Beatriz Gallotti. Africanos em Santa Catarina: escravidão e identidade étnica (1750-1850). In: Seminário Internacional “Nas Rotas do Império: Eixos Mercantis, Tráfico de Escravos, Relações Sociais no Mundo Português”. Universidade Federal do Rio de Janeiro, junho, 2006.

METZNER, Tobias. La migración haitiana hacia Brasil: estudio en el país de origen. In: Cuadernos Migratorios, nº6 “La migración haitiana hacia Brasil: características, oportunidades y desafíos”. Buenos Aires: OIM, 2014. p. 15-32.

MUNANGA, Kabengele. Negritude: usos e sentidos. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.

NEABI-UFFS-CH. Vídeo Ser imigrante e negra no Sul do Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=3bDrSEZgtvw&t=14s Acesso em: 1/02/2018

NOGUEIRA, Oracy. Preconceito racial de marca e preconceito racial de origem: sugestão de um quadro de referência para a interpretação do material sobre relações raciais no Brasil. Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, v. 19, n. 1, 2006.

ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 1985.

PERAZA-BREEDY, Jorge. Introducción. In: Cuadernos Migratorios, nº6 “La migración haitiana hacia Brasil: características, oportunidades y desafíos”. Buenos Aires: OIM, 2014. p. 11-14.

POLI, Jaci. Caboclo: pioneirismo e marginalização. Cadernos do CEOM, Chapecó, ano 19, n.23, 2014.

RENK, Arlene. A colonização do oeste catarinense: as representações dos brasileiros. Cadernos do CEOM, Chapecó, ano 19, n.23, 2014.

RENK, Arlene. Uns trabalham outros lutam: brasileiros e a luta na erva. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 6, n. 14, 2000.

ROEDIGER, David. Sobre autobiografia e teoria: uma introdução. In: WARE, Vron (Org.). Branquidade: identidade branca e multiculturalismo. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2004.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o encardido, o branco e o branquíssimo. São Paulo: Annablume: 2013.

SCHWARCZ, Lilia. Complexo de Zé Carioca: notas sobre a identidade mestiça e malandra. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, n. 29, p. 49-63, 1995.

UNIVERSIDADE FEDERARAL DA FRONTEIRA SUL. Resolução n.32/2013. Institui o Programa de Acesso à Educação Superior da UFFS para estudantes haitianos - PROHAITI e dispõe sobre os procedimentos para operacionalização das atividades do programa. Chapeco, 12 de dezembro de 2013.

WARE, Vron (Org.). Branquidade: identidade branca e multiculturalismo. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2004.

Creative Commons License

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Copyright (c) 2017 Claudete Gomes Soares, Neuri José Andreola

Downloads

Não há dados estatísticos.