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Relações familiares, gênero e o grande contrário
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Palavras-chave

Conflito
Estigma
Redes de poder
Performatividade
Massas

Como Citar

SECHINATO, Juliana Spagnol; SEGA, Rodrigo Fessel. Relações familiares, gênero e o grande contrário: tonalidades totalitárias no Brasil da crise. Tematicas, Campinas, SP, v. 24, n. 47, p. 201–222, 2016. DOI: 10.20396/tematicas.v24i47/48.11121. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/tematicas/article/view/11121. Acesso em: 26 abr. 2024.

Resumo

O recente processo deimpeachmentda presidenta Dilma Rousseff e a tomada presidencial de Michel Temer, em 2016, não foi consenso entre os brasileiros. Participando cotidianamente do debate político marcado por forte estigmatizações sociais, por vezes, tratávamos e tratamos o outro como um rival. Neste ambiente polarizado, muitas vezes, a estratégia dos sujeitos foi de ridicularizar, excluir e/ou negar o outro. Nesse sentido, este artigo é um esforço em compreender este período de atropelamentos políticos que estamos vivenciando e sentindo no cotidiano quando dentro da família temos que conviver com um “grande contrário” em tempos de crise; em revelar um conflito latente com aqueles que amamos e que esse cenário de crise não poupou. Partimos de experiências e dos relatos cotidianos para entender essas tensões políticas com tonalidades autoritárias que se acomodaram no ambiente familiar quando hostilidade e amor, enfim, se confundiram. Destacamos, ainda, as assimetrias de gênero no seio e no conflito familiar em que os estereótipos emergem do conflito político, para pensar como a negação do outro, ao mesmo tempo em que pode representar o salvamento de si, não o faz sem causar sofrimento no deslocamento e na suspensão destatus na cédula familiar.

https://doi.org/10.20396/tematicas.v24i47/48.11121
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Copyright (c) 2016 Juliana Spagnol Sechinato, Rodrigo Fessel Sega

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