Resumo
O propósito deste artigo é discutir alguns dos desafios metodológicos enfrentados no desenvolvimento de minhas pesquisas sobre a problemática da globalização nas ciências sociais. O que segue, contudo, não corresponde a um conjunto de teorias, teses ou diagnósticos a respeito da globalidade emergente. De certo modo, aliás, a globalização, em si, nem mesmo constitui o objeto principal desta reflexão: a intenção é investigar as trilhas de pensamento e sensibilidade percorridas pelos estudiosos da globalização – em especial, Octavio Ianni e Ulrich Beck, que foram os escolhidos na composição do recorte investigativo. Esta reflexão será dividida em quatro partes. Primeiro, trato da própria construção do objeto da pesquisa. Em seguida, cabe abordar também a construção da própria pesquisa. Com base nisso, procuro compartilhar algumas das dificuldades procedimentais no trato dos escritos trabalhados, buscando apresentar alguns caminhos metodológicos para o seu enfrentamento e também para a compreensão do seu status teórico-epistemológico. Por fim, reflito sobre a prática interpretativa de explicações sociológicas como as abordadas aqui.
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