A singularidade histórica do anarquismo em Portugal
DOI:
https://doi.org/10.20888/ridpher.v8i00.17491Palavras-chave:
Anarquismo, HistóriaResumo
Por particularidades subjacentes à história singular de Portugal, pode-se afirmar que a plasticidade social do anarquismo em Portugal foi, particularmente, evidente no período de finais do final do século XIX até ao início da década de 1920. Os fatores básicos que estão na origem desse potencial residem num movimento social operário reivindicativo e revolucionário assente no anarco-sindicalismo. Com a revolução russa de 1917 e o golpe militar de 1926 traduzido, mais tarde, na ditadura salazarista em 1933, pode-se dizer que a pujança . demonstrada pela CGT (Confederação Geral do Trabalho) anarco-sindicalista se sindicalista revolucionária soçobra na prisão e na clandestinidade. Por outro lado, é necessário ter presente que a validade heurística da revolução russa transformou muitos desses militantes anarco-sindicalistas em arautos da constituição de Partidos Comunistas nos seus países obedecendo aos imperativos das 21 condições da Internacional Comunista sedeada em Moscovo. Submetidos pela força da clandestinidade e as prisões da ditadura salazarista, o anarquismo em Portugal limitou-se a um processo de total atomização e pouca visibilidade social. Com a revolução de 25 de Abril de 1974 em Portugal ressurgiu com alguma pujança no meio editorial, com o ressurgimento do jornal “A Batalha” e dezenas de uma diversidade de publicações. O anarco-sindicalismo não emergiu e muitas das publicações criadas, entretanto, já desapareceram. Hoje, em Portugal, denota-se que o anarquismo tende a desenvolver-se fundamentalmente nos circuitos culturais e nos meios em que predomina utilização de meios virtuais analítico-simbólicos.
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