às negociações coletivas, movimentos sindicais e greves que não estivessem enquadrados nos
ditames dos sindicatos nacionais corporativos, recentemente, criados e identificados com o
projeto fascista do Estado Novo. Esta realidade resultava na machadada final de toas as
aspirações que o anarco-sindicalismo e o anarco-comunismo, ainda, tinham em Portugal.
Perante este situação limite, à CGT só lhe restava evoluir para uma situação extrema
luta contra o regime político instituído de modo a extinguir a ditadura. Para esse só poderia
apoiar-se no movimento operário e na ação sindical que ainda procurava derrubar a ditadura
instaurada por Salazar (Aquino, 1978). Durante a vigência histórica do fascismo que perdurou
em Portugal no período de 1926 a 1974, no sentido estrito do termo, a greve geral gerada em
18 de Janeiro de 1934 foi o último suspiro da ação do anarquismo junto do operariado
português. De uma forma desordenada esta tentativa de derrube do fascismo português por parte
da CGT, secundada pela Comissão Inter-Sindical sob auspícios do PCP, alguns socialistas e
republicanos, não surtiu efeito, ainda que tenha dado sinais grevistas simbólicos importantes
em Lisboa, Coimbra, Leiria, Barreiro, Almada, Martingança, Silves, Sines, Vila Boim (Elvas),
Algoz-Tunes-Funcheira e na Marinha Grande. O caso de Marinha Grande foi o mais idolatrado,
ideologicamente, pelo PCP, na medida em que um dos últimos baluartes da resistência da greve
geral de 18 de Janeiro de 1934 teve maior durabilidade e foi, ainda, objeto de cenas violentas
através das armas.
Como resultado das várias ações revolucionárias em Fevereiro de 1927, em Lisboa,
Porto e outras cidades, na revolta da Madeira em 1931 e, por outro lado, na greve geral de 18
de Janeiro de 1934, vários anarquistas são presos em várias prisões em Portugal ou então são
deportados para Timor Leste, Angola e Moçambique, etc.., sendo que a situação mais grave das
prisões desses anarquistas presos foram vividas no campo de concentração do Tarrafal, em
Cabo Verde, de 1936 a 1954. Dos anarquistas que morreram nesse campo de concentração do
Tarrafal, há que referir Pedro Matos Filipe e Augusto Costa, em 1937, Arnaldo Simões
Januário, em 1938, Casimiro Ferreira e Ernesto José Ribeiro, em 1941, Joaquim Montes, em
1943, Mário dos Santos Castelhano e Manuel Augusto da Costa, em 1945, e António Guerra,
em 1948 (Aquino, 1978).
Sem capacidade para agir na luta pelos objetivos emancipalistas do operariado
português, a GGT foi constrangida a evoluir para a clandestinidade porque a grande maioria
dos seus militantes estavam presos ou porque, ainda, as próprias estruturas e funções
ideológicas e repressivas do fascismo português inviabilizavam essa opção. Acresce que em
obediência estrita aos imperativos da Internacional comunista e da Internacional Sindical