Les Pacifiques (1914) de Han Ryner: utopias antiautoritárias e anarquismo individualista
DOI:
https://doi.org/10.20888/ridpher.v8i00.16692Palavras-chave:
Han Ryner, Les Pacifiques, anarquismo individualista, utopias libertáriasResumo
O objetivo deste artigo é refletir sobre a obra Les Pacifiques (Os Pacíficos) de Han Ryner, publicada em 1914, procurando ressaltar as intersecções entre utopias literárias antiautoritárias e anarquismo individualista. A utopia libertária imaginada foi instaurada na ilha de Atlântida e é caracterizada pela ausência do estado, pela inexistência de propriedade privada, pelo compartilhamento de bens, por uma tecnologia avançada, pelo amor livre e pela coexistência harmônica entre os seres humanos e a natureza. Esta utopia apresenta uma dimensão política educativa em sua própria organização, mas também se constitui em espaço de demonstração de experimentos educacionais libertários. O deslocamento trazido pelo estranhamento cognitivo provocado por esta sociedade igualitária, calcada na filosofia individualista da harmonia preconizada por Ryner, possibilita uma crítica radical e irônica à civilização europeia e ao capitalismo, no momento que se apresenta no horizonte a I Guerra Mundial.
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