Resumo
Este artigo procura analisar a relação entre as exposições do Centro Psiquiátrico Nacional D. Pedro II e a arte abstrata no Brasil. Argui-se que, por meio da exaltação dos aspectos formais das obras dos “alienados” pelo crítico Mário Pedrosa, a produção dos internos do Centro Psiquiátrico usufruiu de isonomia frente qualquer manifestação artística, contribuindo para a valorização do abstracionismo. Deste modo, busca-se comentar a atuação de Pedrosa na consolidação da arte abstrata no país, atentando para os anos em que ocorreram as exposições dos internos do Centro Psiquiátrico Nacional D. Pedro II (1947–1952).
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