Resumo
Os padrões regionais de produção predominantes na região Norte (no bioma amazônico e no cerrado) têm sido integrados aos circuitos globalizados por meio da expansão da fronteira agrícola e do neoextrativismo, provocando impactos, conflitos, destruições e transformando o mercado de trabalho na região. A sociabilidade capitalista e a atuação do Estado, cujo papel tem sido corretivo e retificador, colaboram para formar um quadro heterogêneo e complexo do mundo do trabalho, que vai desde a extensa informalidade aos persistentes índices de escravidão contemporânea. Este artigo tem o propósito de analisar o mercado de trabalho em Tocantins, com foco nas taxas de desocupação, subutilização, informalidade e remuneração mensal, destacando tendências recentes. Ademais, esclarece que a cadeia de valor do agronegócio e o neoextrativismo têm situado o estado de Tocantins no circuito produtivo moderno e na nova dinâmica de acumulação, provocando a corrosão do trabalho regulamentado.
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