O carnaval é hoje porque o amanhã é nunca
PDF

Palavras-chave

Carnaval
Teatro de rua
Ritual
Pícaros incorrigíveis

Como Citar

LEMOS, Alysson; DOTE, Alice. O carnaval é hoje porque o amanhã é nunca: a festa como ritual no espetáculo Devorando Heróis. Proa: Revista de Antropologia e Arte, Campinas, SP, v. 9, n. 1, p. 122–141, 2019. DOI: 10.20396/proa.v9i1.17283. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/proa/article/view/17283. Acesso em: 20 abr. 2024.

Resumo

Este artigo constitui-se numa reflexão a partir das redes de criação do espetáculo Devorando heróis: a tragédia segundo os pícaros, do coletivo de teatro de rua Os Pícaros Incorrigíveis (Fortaleza/CE). Partindo da perspectiva do pensar/fazer do artista-pesquisador e apoiando-nos em recursos metodológicos da antropologia da performance, procuramos entender de que modo o carnaval é utilizado como dispositivo para a construção dramatúrgica e de que modo o ritual carnavalesco acontece nesse espetáculo de rua. Por fim, compreendemos que as escolhas estéticas do espetáculo apontam para uma poética de criação artística e de existência atravessadas pelo carnaval. O agenciamento entre os elementos festa, teatro, arte e vida encontra-se no carnaval picaresco do Devorando heróis e atravessa a ética do coletivo, que também pauta seu modo de existência na festa.

https://doi.org/10.20396/proa.v9i1.17283
PDF

Referências

ABRAHÃO, Maria Helena Menna Barreto. Memória, narrativas e pesquisa autobiográfica. História da educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, n. 14, 2003, pp. 79-95. Disponível em: http://www.seer.ufrgs.br/asphe/article/viewFile/30223/pdf. Acesso em: 9 mar. 2017.

AGAMBEN, Giorgio. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2007.

AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. São Paulo: Boitempo, 2008.

BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich. A cultura popular na idade média: o contexto de François Rabelais. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, 1987.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 2012.

BOTOSO, Altamir. Romance Picaresco e Malandro: a consagração do anti-herói. Revista Trama, Cascavel, v. 12, n. 25, 2016, pp. 205-235. Disponível em: . Acesso em: 8 mar. 2018.

BURKE, Peter. Cultura popular na Idade Moderna. São Paulo: Companhia de Bolso, 2010.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. V. 1. Petrópolis: Editora Vozes, 1998.

DAMATTA, Roberto. Carnaval, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

DAWSEY, John C. Novos anjos: iluminações profanas e teatro em caminhões. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 7, n. 1-2, jan. 2005a, pp. 237-256. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/1617/1338. Acesso em: 28 fev. 2018.

DAWSEY, Jhon C. Victor Turner e Antropologia da Experiência. Cadernos de Campos, São Paulo, n. 13, 2005b, pp. 163-176. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/50264. Acesso em: 28 fev. 2018.

DAWSEY, John C. Por uma antropologia benjaminiana: repensando paradigmas do teatro dramático. Revista Mana, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, out. 2009, pp. 349-376. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-93132009000200002. Acesso em: 28 fev. 2018.

DEVORANDO HERÓIS: a tragédia segundo os pícaros. Coletivo Os Pícaros Incorrigíveis (teatro de rua). Texto: Beto Menêis. Direção: Murillo Ramos. Fortaleza/CE, 2016. Projeto do espetáculo disponível em: http://mapa.cultura.ce.gov.br/files/agent/6661/projeto_devorando-her%C3%B3is.pdf. Acesso em: 20 fev. 2018.

ÉSQUILO. Prometeu acorrentado. Trad. J.B. Mello e Souza. São Paulo: Martin Claret, 2005.

DELEUZE, Gilles. Conversações. São Paulo: Editora 34, 2013.

FAVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado. Cadernos de Campo, v. 13, n. 13, 2005, pp. 149-153. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/cadernosdecampo/article/view/50262. Acesso em: 11 jun. 2018.

GONZÁLEZ, Mario Miguel. O romance picaresco. São Paulo: Ática, 1988.

INGOLD, Tim. Estar vivo: ensaios sobre movimento, conhecimento e descrição. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.

LÖWY, Michael. Walter Benjamin: aviso de incêndio: uma leitura das teses “Sobre o conceito de história. São Paulo: Boitempo, 2005.

MOURA, Gyl Giffoni Araújo. “Devorando heróis” e Hélio Oiticica: atuações em Idades da Pedrada (1968 e 2016). Anais dos Seminários de Pesquisa do PPGADC. Campinas, 2017, [s.p.]. Disponível em: https://www.publionline.iar.unicamp.br/index.php/ppgadc/article/view/841/1001. Acesso em: 15 fev. 2018.

SALLES, Cecília Almeida. Redes de criação: construção da obra de arte. São Paulo: Horizonte, 2006.

SCHECHNER, Richard. Performance e Antropologia de Richard Schechner. Organizado por Zeca Ligiéro. Rio de Janeiro: Mauad X, 2012.

SÓFOCLES, Ájax. 2 ed. Org. e trad. por Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Galoust Gulbenkian, 2013.

TURNER, Victor W. O processo ritual: estrutura e antiestrutura. Petrópolis: Vozes, 1974.

ZENICOLA, Denise Mancebo. Performance e ritual: a dança das Iabás no Xiré. Rio de Janeiro, Mauad, 2015.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 Alysson Lemos, Alice Dote

Downloads

Não há dados estatísticos.