Resumo
Publicado originalmente em francês como capítulo de livro, o artigo “O mundo musical de Gilberto Gil” recompõe a trajetória de um dos mais célebres músicos brasileiros. O Tropicalismo e a busca do “som universal”, o exílio forçado e a tomada de consciência em relação à questão racial, a “descoberta” da África no pós-exílio e os primeiros sucessos além-Brasil, bem como a consagração no cenário internacional e o posterior mandato como ministro da cultura do governo Lula, ganham destaque na análise por constituírem partes fundamentais de um processo que fez de Gilberto Gil uma persona política e importante mediador cultural no contexto da mundialização.
Referências
APTER, Andrew. The Pan-African Nation: oil and the spectacle of culture in Nigeria. Chicago: The University of Chicago Press, 2005.
AS EXPERIÊNCIAS e a volta de Gilberto Gil. Veja, 19 jan. 1972. Entrevista de Gil a Bernardo Kucinski.
BACHIR-LOOPUYT, Talia. Une musique du monde faite en Allemagne?: les compétitions créoles et l’idéal d’une société plurielle dans l’Allemagne d’aujourd’hui. Tese de doutorado em Musicologia e Etnomusicologia europeia. EHESS/Universidade Humboldt, 2013.
CALADO, Carlos. Tropicália: a história de uma revolução musical. São Paulo: Ed. 34, 1997. COHN, Sérgio (Org.). Encontros: Gilberto Gil. Rio de Janeiro, Azougue, 2008.
COHN, Sergio; COELHO, Frederico (Orgs.). Encontros: Tropicália. Rio de Janeiro: Azougue, 2007, p. 233.
CONTIER, Arnaldo. Edu Lobo e Carlos Lyra: o nacional e o popular na canção de protesto (os anos 1960). Revista Brasileira de História, v. 18, n. 35, São Paulo, 1998, p. 13-52.
CONVERSA com Gilberto Gil. In: CAMPOS, Augusto de (Org.). Balanço da bossa e outras bossas. São Paulo: Perspectiva, [1968] 2008.
COQUERY-VIDROVITCH, Catherine. Festan, Festac, Panaf. In: FLÉCHET, Anaïs; GOETSCHEL, Pascale; et al. (Orgs.). Une histoire des festivals: XXe -XXIe siècles. Paris: Publications de la Sorbonne, 2013, p. 317-330.
COSTA, Eliana. Jangada digital: Gilberto Gil e as políticas públicas para a cultura das redes. Rio de Janeiro: Azougue, 2011.
COUTINHO, Marcelo. Ministério da Cultura cresce no cenário cultural internacional. Portal da Cultura, 24 jan. 2008. Entrevista de Marcelo Coutinho, diretor do Comissariado da Cultura Brasileira no Mundo. Disponível em: http://thacker.diraol.eng.br/mirrors/www.cultura.gov.br/site/2008/01/24/entrevista/index.html.
DUNN, Christopher. Brutality garden: Tropicália and the emergence of a brazilian counterculture. Chapel Hill/Londres: University of North Carolina Press, 2001.
EU QUERO é mel. Veja, 10 jan. 1979. Entrevista de Gil a Décio Bar e Regina Echeverria.
FAVARETTO, Celso. Tropicália, alegoria, alegria. São Paulo: Ateliê, [1979] 2000.
FELD, Steven. Une si douce berceuse pour la world music. L’Homme, 171-172, 2004, p. 389-408.
FICO, Carlos. Como eles agiam: os subterrâneos da ditadura militar. Rio de Janeiro: Record, 2001.
FIQUET, Eloi; GALLIMARDET, Loraine. On ne peut nier longtemps l’art nègre: enjeux du colloque et de l’exposition du premier festival mondial des Arts nègres de Dakar en 1966. Gradhiva, 10, 2009, p. 134-154.
FLÉCHET, Anaïs. “Si tu vas à Rio...”: la musique populaire brésilienne en France au XXe siècle. Paris, Armand Colin, 2013.
______. As partituras da identidade: o Itamaraty e a música brasileira no século XX. In: SUPPO, Hugo Rogélio; LESSA, Mônica Leite (Orgs.). A quarta dimensão das relações internacionais: as relações culturais. Rio de Janeiro: Contra Capa/Faperj, 2012, p. 139- 167.
GIL FALA a Odete Lara. O Pasquim, 15 out. 1969. Entrevista de Gil a Odete Lara. GILBERTO GIL. Entrevista para à Playboy. Playboy, jun. 2007.
______. Recuso + aceito = receito. O Pasquim, 25 ago. 1970.
GILBERTO Gil espera tranquilo outra vaia. Jornal da Tarde, 04 out. 1967.
GILROY, Paul. L’Atlantique noir: modernité et double conscience. Paris: Kargo, [1993] 2003.
LAFARGUE, François. Le Brésil, une puissance africaine?. Afrique contemporaine, 2008/4, 228, p. 137-150.
LESPRIT, Bruno. À la Bastille, un concert pour célébrer l’amitié franco-brésilienne. Le Monde, 14 jul. 2005.
MALLET, Julien. Ethnomusicologie des ‘jeunes musiques’. L’Homme, 171-172, 2004, p. 477-488.
MARQUES, Joseph C. International relations in portuguese: Brazil and the CPLP. Anais do XI Congresso da Brazilian Studies Association, Universidade de Illinois, EUA, 6 a 9 set. 2012. Disponível em: http://www.brasa.org/wordpress/Documents/BRASA_XI/Joseph-Marques.pdf.
MARTIN, Denis-Constant. Who’s afraid of the bad world music?: désir de l’autre, processus hégémoniques et flux transnationaux mis en musique dans le monde contemporain. Cahiers de musiques traditionnelles, 9, 1996, p. 3-21.
NAPOLITANO, Marcos. The era of song festivals: a fundamental moment in Música Popular Brasileira (MPB). In: FLÉCHET, Anaïs; GOETSCHEL, Pascale; et al. (Orgs.). Une histoire des festivals: XXe -XXIe siècles. Paris: Publications de la Sorbonne, 2013, p. 79-88.
______. A síncope das ideias: a questão da tradição na música popular brasileira. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2007.
______. A MPB sob suspeita: a cena musical vista pela ótica dos serviços de vigilância política (1968-1981). Revista Brasileira de História, v. 24, n.º 47, São Paulo, 2004.
______. “Seguindo a canção”: engajamento político e indústria cultural na MPB (1959- 1969). São Paulo: Annablume, 2001.
NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
NYE, Joseph. Soft power: the means to success in the world politics. Nova York: PublicAffairs, 2004.
O FUMO não é Deus nem é o diabo. Boca do inferno, Salvador, 1976. Entrevista de Gil a João Santana Filho. O SOM universal (de Caetano e Gil). Folha de S. Paulo, 12 out. 1967.
O SONHO acabou. Gil está sabendo de tudo. O Bondinho, 16 fev. 1972. Entrevista de Gilberto Gil a Hamilton Almeida.
QUE CAMINHO seguir na música brasileira? Civilização Brasileira, n. 7, mai. 1966, p. 375-385.
RIDENTI, Marcelo. Em busca do povo brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da TV. São Paulo: Record, 2000.
SARAIVA, José Flávio Sombra. África parceira do Brasil atlântico: relações internacionais do Brasil e da África no início do século XXI. Belo Horizonte, Fino Traço, 2012.
______. O lugar da África: a dimensão atlântica da política externa brasileira (de 1946 a nossos dias). Brasília: Ed. UnB, 1996.
SOARES, Maria Susana Arrosa. A diplomacia cultural no Mercosul. Revista Brasileira de Política Internacional, 51/1, 2008, p. 53-69.
TAYLOR, Tim. Global pop: world music, world markets. New York: Routledge, 1997.
TERRA, Renato; CALIL, Ricardo. Uma noite em 67. Videofilmes Produções Artísticas, 2010.
TURINO, Célio. Ponto de Cultura: o Brasil de baixo para cima. 2. ed. São Paulo: Anita Garibaldi, 2010.
VELOSO, Caetano. Verdade tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
WHITE, Bob W. Rethinking globalization through music. In: WHITE, Bob W. (Org.). Music and globalization: critical encounters. Bloomington: Indiana University Press, 2011, p. 1-14.
ZAN, José Roberto. Funk, soul e jazz na terra do samba: a sonoridade da Banda Black Rio. ArtCultura, Uberlândia, v. 7, n. 11, jul./dez., 2005, p. 183-196.
A publicação Música Popular em Revista em sua obra adota e está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.