Inscrições
XVI ENCONTRO DE HISTÓRIA DA ARTE DA UNICAMP
O amanhã possível - História da arte em tempos de crises socioambientais
É hora de contar histórias às nossas crianças, de explicar a elas que não devem ter medo. Não sou um pregador do apocalipse, o que tento é compartilhar a mensagem de um outro mundo possível. (Ailton Krenak)
O mote eleito pela comissão organizadora para o Encontro de História da Arte deste ano é O amanhã possível - História da arte em tempos de crises socioambientais. A reflexão de Ailton Krenak nos conduz a questionar: o que podem os historiadores de arte fazer diante de problemas planetários urgentes? Que métodos existentes na História da Arte e Estudos Visuais podem ser adaptados, refeitos ou revividos para facilitar as investigações ecocríticas na História da Arte?
Em The Ecological Eye (O olho ecológico), Andrew Patrizio afirmou que, para se tornar ecocrítica, a História da Arte precisa ampliar os objetos de suas obsessões, mas também deve abandonar seu elitismo residual, destacando a potência deste campo de estudos para despertar novas sensibilidades rumo a horizontes possíveis - um chamado da teoria à ação. No mesmo sentido, Guattari, já no final da década de 1980 em seu As três ecologias, apontava para a possibilidade de que uma relação mais harmônica, deshierarquizada e horizontal com o planeta e as outras espécies pudesse outorgar consequências salutares não somente aos vínculos externos da humanidade com a fauna e flora, mas - e sobretudo - oferecer alternativas de vivências mais plurais e inclusivas no interior de nossa própria espécie.
Em busca de aportes metodológicos e abordagens epistemológicas mais arejadas e conectadas às questões socioambientais candentes, um dos caminhos possíveis para a História da Arte é ampliar cada vez mais o escopo dos objetos de suas investigações para além da Tradição Clássica e do cânone ocidental. Uma das possibilidades é, a partir do estudo de artes ameríndias - e compreendendo a existência de múltiplos sistemas de conhecimento - questionar paradigmas e ampliar as possibilidades de compreensão de formas artísticas nas quais a natureza desempenha um papel agente. Nesse sentido, a História da Arte pode, assim, ser repensada à luz daquilo que Marisol de la Cadena nomeou como “antropo-cego”, ou seja, um processo de criação de mundo por meio do qual mundos heterogêneos que não se fazem com uma divisão entre humanos e não humanos são obrigados a operar com essa distinção, ao mesmo tempo que a excedem.
A história das técnicas de arte também pode oferecer lições em sua atenção a materiais como os pigmentos e em sua capacidade de atravessar escalas desde a molecular até a geológica. Se desde as contribuições de autores como Arjun Appadurai, Bruno Latour e Alfred Gell a mirada da História da Arte a aspectos como a materialidade dos objetos, sua capacidade de agir no âmbito das relações sociais e a relevância do suporte material para a circulação (e ação) das imagens tornou-se cada vez mais atenta, às questões ambientais que hoje assaltam nosso planeta tratam de reforçar a relevância dessa abordagem, quer seja no esforço já aludido de dilatar os sujeitos estudados pela disciplina, quer seja fornecendo novas interpretações a obras fartamente estudadas.
É com base na urgência de tais reflexões que o XVI Encontro de História da Arte convida pesquisadores a inscreverem trabalhos que proponham reflexões sobre as possíveis maneiras da História da Arte articular visões alternativas do mundo, elucidando as ecologias de interconexão entre matéria e nossas percepções e emoções.
Público-Alvo
O público alvo do evento compreende profissionais ligados ao campo da História da Arte, História Cultural e do Patrimônio, Midialogia, Comunicação, Cinema, Cultura Visual e demais áreas afins, incluindo professores e alunos de cursos de graduação e pós-graduação, pesquisadores, profissionais de museus, arquivos, bibliotecas, serviços de patrimônio, centros culturais e outras instituições.
Salientamos que as comunicações não precisam necessariamente ser sobre o tema do evento. As propostas podem ser relacionadas a todas as questões da História da Arte.
Cronograma
Inscrições de propostas de comunicação |
18/07/2022 a 22/07/2022 |
15/08/2022 | |
Divulgação da programação de palestras |
18/08/2022 |
Pagamento da taxa de inscrição para aprovados |
18/08/2022 a 22/08/2022 |
Início da inscrição de ouvintes |
15/08/2022 |
Divulgação da programação provisória das mesas de comunicação |
16/09/2022 |
Divulgação da programação definitiva do evento |
7/10/2022 |
Realização do evento |
24/10/2022 a 27/10/2022 |
Entrega do texto para publicação |
31/01/2023 |
Inscrições
É possível se inscrever no evento nas seguintes modalidades: apresentação de Comunicação ou Ouvinte.
É permitido o envio de até uma proposta de comunicação. Trabalhos em coautoria são permitidos desde que correspondam à efetiva participação das partes.
Para o caso de haver necessidade de transmissão virtual, todos os participantes, ao efetivarem suas inscrições, concordam com a cessão do uso de sua imagem e som para os exclusivos fins do Encontro. Frisamos que as mesas de comunicação serão gravadas e disponibilizadas apenas para os participantes do evento até o dia 02/02/2022, quando serão excluídas.
1. Comunicações: os interessados em apresentar trabalho nas mesas de comunicação livre devem preencher o Formulário Google, a fim de serem avaliados pela comissão organizadora, observando o período de inscrição. Levar em consideração que, caso a proposta seja aceita, deve-se efetuar o pagamento, conforme Pagamento da inscrição a seguir, e apresentar o trabalho no evento segundo as Normas para Apresentação logo abaixo.
- Listagem de Autores Aprovados (a partir de 15/08/2022)
2. Ouvintes: Os interessados em assistir às mesas e conferências devem se inscrever pela plataforma Sympla, observando o período de inscrição. A inscrição para ouvintes é gratuita e conferirá certificado de participação a todos que tiverem ao menos 75% de participação no evento. A presença será contabilizada por meio de formulários para cada rodada de comunicações e mesas de conferencistas.
Pagamento da inscrição: O pagamento da inscrição para todos os interessados em comunicar ou apresentar pôster deve ser realizado exclusivamente via plataforma Sympla e somente após a divulgação dos trabalhos aprovados.
O valor a ser pago é de R$60,00 por autor, não por proposta. Ou seja, o valor a pagar por trabalhos em coautoria corresponde ao número de autores envolvidos. Sugerimos que o valor a ser pago por coautores seja realizado individualmente, a fim de que todos os nomes envolvidos estejam registrados.
Não é necessário confirmar o pagamento por e-mail, apenas preencher os dados pessoais na plataforma de pagamentos de acordo com os dados da inscrição.
Normas para Apresentações
1. Comunicações: As apresentações serão realizadas presencialmente*. Cada participante terá 15 minutos para a sua comunicação. Solicitamos que os participantes cheguem com pelo menos 10 minutos de antecedência ao início da mesa. Após a apresentação dos comunicadores haverá um debate dirigido pelo mediador.
*Atenção: conforme a situação da pandemia da Covid-19, a comissão organizadora admite a possibilidade de conversão do evento presencial para o modo híbrido (virtual + presencial) ou inteiramente online.
Cada participante é responsável pelo seu arquivo de apresentação, que aconselhamos ser em formato .ppt ou .pdf. Considerando a edição virtual, todos os comunicadores deverão obrigatoriamente realizar um arquivo de apresentação com no mínimo uma página (capa/folha de rosto), contendo as seguintes informações de identificação: título da comunicação, autoria, titulação e instituição, orientação e agência de fomento (se houver), e-mail para contato.
Publicação nas Atas
As informações para publicação nas atas do Encontro devem ser acessadas em Submissões.
Considerações Finais
Os casos omissos no Edital serão resolvidos pela comissão, que comunicará os participantes com a devida antecedência.
Eventuais dúvidas poderão ser encaminhadas para o e-mail eha@unicamp.br.