Resumo
Ana Mendieta é uma artista cubana exilada, capaz de elaborar fraturas históricas ao abordar as dimensões culturais e políticas de universos distintos tal como Estados Unidos e Cuba em suas performances. São narrativas que atravessam a corporalidade feminina e a natureza através da temática corpo/terra em diálogo a retomada de figurações femininas ancestrais afro-cubanas. Desse modo, a artista almeja explorar tal fluxo orgânico ao redimensionar seus rastros em diferentes paisagens através do uso de elementos naturais. Sendo assim, tal reflexão busca perceber a arte enquanto instrumento de memória para pensar novos modos de existência no questionamento do discurso canônico da história da arte. Para isso, a pesquisa terá como fonte as documentações fotográficas das performances de Mendieta realizadas na série Siluetas (1973-1980), contida nos catálogos de exposição e textos críticos. Tal análise dos documentos pretende ser realizada a partir do suporte teórico metodológico arqueo-genealógico de Michel Foucault em diálogo com a crítica cultural feminista.
Referências
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