Resumo
A diáspora negra se constitui no corpo. Herdeiro de um sistema socioeconômico escravagista, o corpo negro, está representado na memória social por diversos estigmas depreciativos impostos historicamente a ele. Para Izildinha Baptista Nogueira, o corpo funciona como marca dos valores sociais; nele, a sociedade fixa seus sentidos e valores. Socialmente, o corpo é um signo (NOGUEIRA, 1998). As representações sociais do negro, tal como percebemos hoje, está implícito de “relações racistas de poder” (QUIJANO, 2009, p. 73) na qual prevalecem narrativas hegemônicas, capazes de representá-lo dentro de uma identidade fixada em estereótipos negativos que o inscreve num paradigma de inferioridade em relação aos brancos.
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