Resumo
O presente artigo pretende aproximar o conceito filosófico do clinamen à luz das reflexões do pensador Gilles Deleuze, propondo uma abordagem estética, a Estética do Desvio, sobre o processo de criação no campo da arte contemporânea e sua lógica de atuação no caos, em semelhança à própria teoria atomista epicuriana, de que a relação causal do desvio de um átomo na trajetória se circunscreveria no próprio desvio espontâneo. O pensamento deleuzeano será oferecido como estrutura para a proposta estética desviante, a partir da aproximação e semelhança do conceito teórico com o fato artístico, que será demonstrado por meio de referenciais artísticos, observando os elementos contidos em seus modus operandi. Portanto, na esteira da filosofia rizomática e múltipla deleuzeana, aproximaremos Filosofia (criadora de conceitos) e Arte (criadora de afectos e perceptos), na perspectiva científica (a ciência como criadora de conhecimento, prospectos). Nestes três saberes, filosófico, artístico e científico, há uma correlação tangenciada no caos, coexistentes e conviventes nele, sob a qual estendemos o conceito do clinamen como desvio espontâneo.
Referências
DELEUZE, Gilles. A Dobra: Liebniz e o Barroco. Campinas: Papirus, 1991.
DELEUZE, Gilles. Nietzsche e a Filosofia. Tradução de Ruth Joffily Dias e Edmundo Fernandes Dias. Rio de
Janeiro, Editora Rio, 1976 (Disponível em: https://poars1982.files.wordpress.com/2008/06/deleuze_nietzsche_
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DELEUZE, Gilles. Conversações (1972-1990). Tradução: Peter Pál Pelbart. São Paulo: Ed. 34, 2010.
DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. O que é a filosofia?. Coleção TRANS. São Paulo: Ed. 34, 2010.
DELEUZE, Gilles. Lógica do Sentido. Tradução: Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo: Perspectiva, 2015.
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Copyright (c) 2018 Lívia Mara Botazzo França