Resumo
Este trabalho traça inicialmente um histórico da Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção, templo particular pertencente à confraria de mesmo nome, na cidade de Limeira, e trata das influências de seus construtores e entalhadores nas características do edifício. Construída em taipa de pilão, a igreja passou por várias reformas, reconstruções de trechos, modernizações e repinturas, que alteraram algumas de suas características originais, mas que, por outro lado, permitiram que o edifício se mantivesse íntegro até os dias atuais. As obras (1858-1867) e contaram com a utilização de mão-de-obra escrava e da direção de um arquiteto italiano, Aurelio Civatti, responsável pelo risco neoclássico do templo. O entalhe dos altares foi realizado logo após os trabalhos de talha em Campinas e, por características comuns às duas igrejas, acredita-se que entalhadores de Campinas, por sua vez oriundos da Bahia e do Rio de Janeiro, trabalharam também na igreja limeirense. Ela ainda teria seu frontispício reconstruído em 1893 por outro italiano, Ernesto Mugnani, já com características do ecletismo, e na década de 1920 receberia pintura decorativa elaborada mais uma vez por um italiano, Angelo Perillo, tomando o aspecto que possui atualmente. O velho templo de Limeira é resultado da contribuição de pessoas de várias partes, uma amálgama formal das ideias e conhecimentos de paulistas, baianos, fluminenses e italianos, um patrimônio único e de inestimável valor.
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