Fissuras geográficas: um estudo das cartografias conceituais do artista Horacio Zabala

Resumo

Este trabalho se debruçará nas obras cartográficas do artista argentino Horacio Zabala, produzidas nos primeiros anos da década de 1970. Para tanto, o trajeto deste estudo passará pela biografia do artista e, sobretudo, pelo contexto no qual estava inserido, buscando extrapolar uma leitura formalista de seus trabalhos. É pertinente recordar um trecho de um texto escrito por Zabala, em que ele define a arte pela função que cumpre dentro da sociedade, afirmando que a arte depende do que não é arte. “Que a obra não tenha valor em si, mas através de si”1(ZABALA, 1972). Essa conceituação, em compasso com o pensamento teórico e estético do artista nesse momento, põe em cheque a noção moderna de autonomia do objeto artístico, estreitando o papel político e social que deveria ser exercido pela arte.