Tensões figurativas e formais na obra parahereges (1986) de León Ferrari
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Palavras-chave

León Ferrari
Parahereges
Colagens

Como Citar

MUNUERA, Glaucos Marcelo Fedozzi. Tensões figurativas e formais na obra parahereges (1986) de León Ferrari. Encontro de História da Arte, Campinas, SP, n. 13, p. 437–444, 2018. DOI: 10.20396/eha.13.2018.4410. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/eventos/index.php/eha/article/view/4410. Acesso em: 3 maio. 2024.

Resumo

León Ferrari, hoje reconhecido como um dos mais importantes artistas conceitualistas latino-americanos, viveu, entre 1976 e 1983, seus anos de exílio da ditadura militar argentina no Brasil. Em 1983, com o gradativo retorno a Buenos Aires, Ferrari retoma sua produção artística carregada de aguda crítica à Igreja Católica, como estivera presente em sua produção na década 1960. Da mesma forma como ocorrera naquela década, sua estratégia consistia na dessacralização de ícones cristãos através da inserção de imagens que perturbassem seu significado. No entanto, com o contato com o cenário artístico brasileiro, Ferrari adquirira conhecimento de novas técnicas de gravura e havia aprimorado velhos problemas formais através do retorno a obras abstratas do início de sua carreira. Voltar à temática de crítica à religião, especialmente na questão da condenação pelo catolicismo de atos libidinosos, não significou voltar às mesmas soluções formais. Em 1983, Ferrari cria seu primeiro livro de artista composto exclusivamente de imagens (La Basilica), isto é, excetuando colagens textuais como Palabras Ajenas (1967). Dando sequência a este trabalho, o artista desenvolve ParaHereges (1986) – estabelecendo a série Releituras da Bíblia. A proposta aqui é apresentar e analisar o conjunto das imagens do livro ParaHereges pela produção de sentido através de seus jogos iconográficos. Trata-se de jogar luz sobre alguns elementos  ecorrentes, como as gravuras de Dürer e as gravuras orientais, trazendo como problema a produção de sentido por estes deslocamentos de sinais, e pensar como a linha e os planos, tão explícitos nas soluções de suas obras abstratas, relacionam-se com as questões levantadas pela obra.

https://doi.org/10.20396/eha.13.2018.4410
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Referências

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