Resumo
Este artigo surge a partir da necessidade em compreender como se deu o processo curatorial do Memorial da Justiça do Trabalho do Ceará, e quais escolhas, a partir da reserva técnica, foram feitas. Como se deu a seleção do que estaria exposto? Analisaremos os porquês das ausências de representação visual dos trabalhadores que a essa Justiça recorrem/recorreram. Compreendendo o espaço do museu, e especialmente do memorial, como espaços dinâmicos, que estão em constante movimento entre o passado e o futuro, percebemos a potência que esses espaços podem ter como fomentadores de lugares de poder e cristalizadores de memórias, tendo um poder que tanto serve para libertar, como para tiranizar o passado e a história. Entramos então, na questão central, da escolha de quais memórias iriam narrar a história da Justiça do Trabalho no Ceará.
Referências
ANDREONI, Renata. MUSEU, COMUNICAÇÃO E PODER. Revista Intratextos, Rio de Janeiro, n. 3, UERJ, 2011.
CHAGAS, Mário. Museus: antropofagia da memória e do patrimônio. In: CHAGAS, Mario (Org.) Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Brasília, n. 31, Ministério da Cultura, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 2005.
HALBWACHS, Maurice. Memória Coletiva. São Paulo: Edições Vértice, 1990.
HOUAISS, Antônio (1915-1999) e Villar, Mauro de Salles (1939-). Dicionário Houaiss da língua portuguesa / Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar, Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. 1.ed. - Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
JUNIOR, Américo Bedê. Constitucionalismo sob a ditadura militar de 64 a 85. Revista de Informação Legislativa, Ano 50 Número 197 jan./mar. 2013, p. 161-174.
NORA, Pierre. ENTRE MEMÓRIA E HISTÓRIA, A problemática dos lugares. Revista História, São Paulo, dez. 1993, p. 7-28.
PINTO, Suely Lima de Assis. MUSEU E ARQUIVO COMO LUGARES DE MEMÓRIA. Revista do Programa de Pós graduação em Ciências da Informação da Universidade de Brasília. Vol. 11, nº 3, maio/junho de 2013, p. 89- 102.
POLLACK, Michael. Memória e Identidade Social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro., vol. 5, n. 10, 1992, p. 200-212.
SANTOS, Guilherme Marcondes dos. Crítica de arte e a curadoria de exposições: disputas por uma autoridade legitimadora. Revista Em Tese, Florianópolis, v. 12, n. 1, jan./jul., 2015, p. 34-63.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c) 2018 Carla Bianca Carneiro Amarante Correia