Resumo
O Clube de Gravura de Porto Alegre (CGPA), fundado em finais de 1950 por Carlos Scliar e Vasco Prado, tinha entre seus propósitos: congregar artistas e interessá-los na arte da gravura; criar um público capaz de adquirir obras a preços acessíveis e unir o conteúdo nacional a uma forma realista de elevada qualidade artística. A referência do realismo socialista (RS) parece ser significativa na determinação desses propósitos, sendo citada por diversos autores. No entanto, essa aproximação deve ser feita com cautela, de modo a não se entender aí uma equivalência. A análise, que aqui se apresenta como inicial, se centrará na produção de Scliar, principal porta-voz dos ideais do Clube e um dos integrantes que mais realizou gravuras naquele momento.
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