Resumo
Segundo Judith Revel, Michel Foucault utiliza o termo “arte” em três sentidos diferentes. Inicialmente em La Volonté de savoir, no início da década de setenta, ao problematizar a ars erotica (cuja verdade é extraída da experiência do prazer) em oposição à scientia sexualis (que se constitui a partir do século XIX), delimitando-as como duas formas distintas de organizar as relações entre o poder, a verdade e o prazer. Já entre 1977 e 1978, com o curso Sécurité, territoire, population no Collège de France, Foucault, ao analisar a complexidade da economia das formas de governar que são reformuladas entre os séculos XVI e XVII, faz uso da expressão “artes de governar”. Finalmente, o terceiro sentido faz-se presente na recuperação dos escritos de Foucault sobre a literatura, o cinema, a pintura, a fotografia e a música, ainda que o tema da arte não seja explicitamente sistematizado.
Referências
FOUCAULT, Michel, Les mots et les choses. Une archéologie des sciences humaines, Paris, Gallimard, 1969. Trad. de Salma Tannus Muchail. As palavras e as coisas. Uma arqueologia das ciências humanas, São Paulo, Martins Fontes, 1981.
FOUCAULT, Michel, “Les mots et les images” (1967), in Dits et écrits I: 1954-1975, Paris, Gallimard, 2001, pp. 648-651. Trad. de Elisa Monteiro. “As Palavras e as Imagens”, in Arqueologia das ciências e história dos Sistemas de Pensamento, Coleção “Ditos & Escritos”, vol. II. Org. e seleção de textos de Manoel Barros da Motta. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2000, pp. 78-81.
COMETA, Michele, “Modi dell’ ékphrasis in Foucault”, in COMETA, Michele e VACCARO, Salvo (Curs.), Lo sguardo de Foucault, Roma, Meltemi, 2007, pp. 37-61.
KRIEGEL, Blandine, Foucault aujourd’hui, Paris, Plon, 2004.
REVEL, Judith, Dictionnaire Foucault, Paris, Ellipses, 2008.
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