O desenho como suporte para os artistas viajantes no Brasil Imperial
No centro, ilustração de aparência antiga com um homem de vestes amarelas escrevendo com uma pena em um caderno, em frente à um armário de madeira. As partes superior e inferior da capa contém um fundo azul com as informações sobre o evento.
PDF

Palavras-chave

José dos Reis Carvalho
Artistas viajantes
Aquarelas no século XIX
Comissão científica de exploração

Como Citar

ALVES, Cláudio José. O desenho como suporte para os artistas viajantes no Brasil Imperial. Encontro de História da Arte, Campinas, SP, n. 5, p. 3–15, 2009. DOI: 10.20396/eha.5.2009.3973. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/eventos/index.php/eha/article/view/3973. Acesso em: 22 jul. 2024.

Resumo

A pintura de paisagem natural realizada pelo pintor ou pelo naturalista viajante no século XIX, antes do advento da fotografia, teve no desenho o suporte essencial para sua concepção e execução. Para compreendermos como o artista apropriou-se das linhas para dar forma plástica àquilo que se lhe apresentava diante de seus olhos, partimos do processo de produção de estampas concebidas a partir das técnicas de impressão de gravuras realizadas através xilogravura, da gravação em placas de cobre e da litografia. Neste trabalho procuramos estabelecer uma relação entre o caminho que parte do desenho até a gravura e impressão. Inicialmente, fomos remetidos às primeiras realizações de pintores como Dürer e Rembrandt até pensarmos como no Brasil o desenho e as técnicas de gravação acompanharam os artistas e os naturalistas viajantes. Destacamos o pintor José dos Reis Carvalho que fora aluno de Jean Baptiste Debret na Academia Imperial de Belas Artes e, em 1859, seguiu com a Comissão Científica de Exploração ao Ceará acompanhado do botânico Francisco Freire Alemão.

https://doi.org/10.20396/eha.5.2009.3973
PDF

Referências

ALVES, C. J. Ciência e arte em José dos Reis Carvalho: A pintura na Comissão Científica de Exploração ao Ceará (1859-1861). Dissertação de Mestrado em História da Ciência, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2006.

DEBRET, Jean Baptiste (1768-1848). Caderno de Viagem. Texto e organização de Júlio Bandeira. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.

DEBRET, J. B. Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, Tomo II, Vol. III, São Paulo, Martins Fontes, EDUSP, 1972.

DOM PEDRO II, Imperador do Brasil, 1825-1891. Viagens pelo Brasil – Bahia, Sergipe e Alagoas – 1859. Prefácio e Notas de Lourenço Luiz Lacombe. 2ª. Ed. – Rio de Janeiro: Bom Texto; Letras e Expressões, 2003.

DUQUE ESTRADA, Luís Gonzaga. A arte brasileira / Luiz Gonzaga Duque-Estrada; introdução e notas de Tadeu Chiarelli. Campinas: Mercado de Letras, 1995.

ESCOLA NACIONAL DE BELAS ARTES. Catálogo da Biblioteca – Com Indicação das obras Raras ou Valiosas. Universidade do Brasil, Rio de Janeiro 1957.

FREIRE ALEMÃO, F. Diário de Vigem de Francisco Freire Alemão/ Fortaleza- Crato, 1859. Fortaleza: Museu do Ceará, 2006.

MUSEU D. JOÃO VI, “Oficio Academia Imperial de Belas Artes solicitando nomeação de comissão, composta por José dos Reis Carvalho, para classificar valor de quadro de Victor Meireles”, 09 de maio de 1879, Mss.: 5580.

MUSEU D. JOÃO VI, “Oficio Academia Imperial de Belas Artes informando que José dos Reis Carvalho é professor de Pintura a ser apresentado para aula de Paisagem, flores e Animais”. Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 1879, Mss.: 4708.

MENEZES, J.L.M. “Algumas notas a respeito da Viagem do Imperador Dom Pedro II a Pernambuco em 1859”. In: Revista do IHGB. Anais do Congresso de História do Segundo Reinado. 1º. Vol., Brasília – Rio de Janeiro, 1984.

PANOFSKY, E. Vida y arte de Alberto Durero. Madrid: Alianza Editorial, 1982.

PATACA, E. M. & FARIA, M. F. “Ver para Crer: A importância da imagem na gestão do Império Português no final de Setecentos”. In: Anais Série História. Vol. IX/X. Universidade Autônoma de Lisboa. Lisboa. MMV.

PONTUAL, R. Dicionário de Artes Plásticas no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1969.

PORTO ALEGRE, Manuel Araújo. “Crítica a um programa de ensino. 26 de novembro de 1855”. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, No. 14, 1959.

RASSIEUR, Thomas E. “ Looking over Rembrandt’s Shoulder – The Printmaker at work”. In: Rembrandt’s Journey. Boston: Museum of Fine Arts, 2003.

SANTOS, Renata. A Imagem Gravada: a gravura no Rio de Janeiro entre 1808 e 1853. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2008.

SQUEFF, Letícia. O Brasil nas Letras de um Pintor: Manuel Araújo Porto Alegre (1806 – 1879). Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2004.

TRINDADE, J. B. “Viajante Imaginário”. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Ano 3, No. 28, Janeiro de 2008. pp. 70-75.

VANDELLI, Domingos. Viagens Filosóficas ou Dissertação sobre as importantes regras que o Filosofo Naturalista, nas suas peregrinações deve principalmente observar. Por D.v., 1779, ACL – cod. 405. apud E. M. Pataca op. cit.p. 72.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2009 Cláudio José Alves

Downloads

Não há dados estatísticos.