Resumo
De acordo com a convenção da crítica, a “cultura dos museus” teve início em 1977, com a inauguração do Museu Nacional de Arte Moderna do Centro Georges Pompidou (o Beaubourg), em Paris, consolidando-se com a filial do Museu Guggenheim, na cidade de Bilbao, em 1997, do arquiteto Frank Gehry, e atigindo sua nova fase de expansão ao Oriente, nos anos 2000, com os projetos de franquia do Beaubourg, em Xangai, na China, e do Novo Louvre, em Abu Dhabi, nos Emirádos Árabes, com inaugurações previstas para 2010 e 2012. Para alguns autores, a eclosão dos museus pode ser considerada como sintomática da cultura ocidental dos anos 80, na qual os freqüentadores das exposições passaram a procurar cada vez mais experiências ligadas as chamadas diversões de massa, ao invés da “apropriação meticulosa” de conhecimento cultural. O papel assumido pelos museus passou então a ser progressivamente maior na economia das cidades, fazendo com que o sucesso rentável de qualquer cidade passasse a depender substancialmente dos atrativos de seus museus.
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