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Caminhar no trilho das sombras
Capa: Marta Strambi, "Molotove-me" (detalhe), objeto/performance, 2019.
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Palavras-chave

Ver
Verdade
Concentração
Ausência

Como Citar

ABADE, Jorge. Caminhar no trilho das sombras: o percurso do ver até à ausência. Revista Visuais, Campinas, SP, v. 7, n. 2, p. 124–136, 2021. DOI: 10.20396/visuais.v7i2.15947. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/visuais/article/view/15947. Acesso em: 19 abr. 2024.

Resumo

A verdade visual, através do ver, está intimamente ligada ao desenho, especialmente pelo desígnio, que se apresenta de forma proposicional. O desenho, imanente à origem e âmago das artes visuais, não se esgota na função literal de designar, a sua atuação tem uma absoluta transversalidade formadora. A sua ação, que procede de um olhar concentrado, indica e indicia, também mostra e caracteriza, mas sobretudo cria potencial in-visual – aí percorre o seu caminho para a sua transcendência, aporta consigo seu especular e a sua sombra, o seu contido espectral. O desígnio, que se articula num exercício especulativo, na sua faceta de aparição, determina cargas de qualidades imiscuídas nos assuntos, tanto do conteúdo como da forma. Veicula ainda o ser-em-si do desenho, na sua autorreflexividade, que é a dimensão identitária e autónoma da sua concentração, na sua in-visualidade; este fator é inteiramente participativo numa subjacência sombria, no ganho do seu potencial de transcendência. Atinge-se o apogeu do hieratismo artístico quando essa transcendência se articula numa alteridade em duas vias, entre desenho e fruidor. Este caminho do desenho é um caminho para a sua verdade, onde está a sua sombra própria, interna, o que confirma a sua autonomia e também a sua existência como arte, mas essa sombra é também o que provém de ausências e descai para a ausência, a caminho da morte.

https://doi.org/10.20396/visuais.v7i2.15947
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Referências

Adorno, T. W. (2006). Teoria Estética. Lisboa: Edições 70.

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Lyotard, JF. (2003). A Condição Pós-Moderna. Lisboa: Gradiva.

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